O Núcleo de Doceiras Sonho Real de Palmeira dos Índios, venceu o World Chambers Competition (Competição Mundial das Câmaras, em português), na categoria de melhor projeto corporativo de responsabilidade social, com o Programa de Empoderamento da Mulher Empresária (Business Women Empowerment Programme), do Conselho Nacional da Mulher Empresária (CNME). A doceiras receberam 3 mil euros pela disputa realizada na Austrália.

O projeto foi desenvolvido por mulheres voluntárias e as atividades custeadas por elas, com o apoio das associações comerciais, federações e Confederação. Focada na geração de emprego e renda, a Prefeitura de Palmeira dos Índios tem desenvolvido competências técnicas, mudanças comportamentais, fortalecimento  de lideranças, promoção e ampliação das redes de negócios locais, além de utilizar a metodologia do Programa Empreender, em parceria com a Associação Comercial de Palmeira dos Índios (Acepi), Sebrae e Federação das Associações Comerciais do Estado de Alagoas (Federalagoas).

O “Sonho Real” emprega atualmente 10 mulheres que viviam em situação de vulnerabilidade social, mas nos primeiros passos muitas barreiras foram quebradas. A ideia surgiu a partir de um grupo de donas-de-casa que via na fabricação de doces uma oportunidade para trabalhar. “Porém, a falta de recursos foi um difícil entrave para ser superado, pois elas não possuíam renda alternativa. A solução encontrada para iniciar o empreendimento, foi cada uma juntar o pouco de dinheiro que tinha em casa, mesmo que isso implicasse em ter que deixar de comprar coisas básicas para o dia a dia, como leite, pão e ovos. Graças à Acepi e uma ONG elas fizeram o negócio crescer”, explicou a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Palmeira dos Índios Cléia Carvalho.

​De início, toda a produção e estoque eram concentrados na casa de uma das integrantes, até que por infelicidade tudo foi consumida por familiares que moravam no imóvel. “Esse momento foi de muita dor, pois não havia a mínima condição de fazer novas compras, não havia dinheiro, só lágrimas. A partir daí uma das integrantes, sensibilizada, tirou parte da sua aposentadoria, sua única fonte de renda, e fez novas compras para o estoque. Mas desta vez, elas foram guardadas na estação de trem, limpando e organizando o local. Assim surgiu a empresa ‘Doce Sonho Real’. Com a ajuda da ACEPI e de uma ONG elas fizeram o negócio crescer”, completou a secretária.

E continuou. “Hoje, atendidas pela Prefeitura de Palmeira dos Índios em parceria com a Acepi e Sebrae, essas empreendedoras são capacitadas e participam de feiras onde comercializam e divulgam os seus produtos no Brasil inteiro, onde expõem seus produtos em feiras gastronômicas e da Economia Solidária.  O próximo passo delas, agora, é conseguir um código de barras para os doces e fazer com que eles possam ganhar espaço nas prateleiras das grandes redes de supermercados do estado. Dona Cida está à frente desse grupo e o conduz com muita dedicação. Estamos felizes com esse reconhecimento. Isso só nos motiva a continuar esse trabalho com as mulheres de Palmeira dos Índios”, completou Cléia Carvalho.

Para o prefeito Júlio Cezar, apoiar o pequeno e médio empresário é, no mínimo, dar credibilidade e apostar em um futuro empreendedor e de sucesso. “Isso é fortalecer os negócios locais e dar oportunidade para que o pequeno e médio produtor, e o comerciante, tenham oportunidade de ver o negócio que tanto lutam, crescendo e gerando emprego e renda. As doceiras do Sonho Real estão de parabéns pela conquista e elas têm total apoio da Prefeitura de Palmeira para continuar crescendo e tornando cada sonho em realidade”, disse o prefeito.