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No 2º centenário de Alagoas

22/09/2017
No 2º centenário de Alagoas

Alagoas celebrou seus 200 anos de existência. Em várias partes do estado houve comemorações, desfiles escolares. Contudo mister se faz lembrar que houve preocupação dos governos de Alagoas e Sergipe em se pensar no rio São Francisco, chamado carinhosamente Velho Chico.

As águas têm servido para gerar energia. Nada contra. Mas há um limite para isso. A verdade é que o governador de Sergipe, conforme um jornal de Maceió, “criticou a visão dedicada à questão pelo Ministério das Minas e Energia, que, na opinião de Jackson Barreto, estaria preocupado apenas com a geração de energia. Ele lembrou a crise de abastecimento vivido no estado vizinho.”

Convém recordar que foram feitas críticas ao projeto de transposição do rio São Francisco. Além disso, o atual prefeito de Penedo lembrou que “a redução da vazão com o objetivo de manter a geração de energia vem promovendo um prejuízo incalculável para todos os 25 municípios margeados pelo São Francisco e que muitos moradores já sofrem com o odor e o sabor das águas devido à salinização”.

Não se pode viver sem água. Isso é óbvio. Por conseguinte mister se faz que a água deve ser utilizada para consumo. Se for possível, pode ser aproveitada para fins elétricos, por exemplo. Por sua vez, a geração pode ser solar e eólica.

 Mister se faz acrescentar que os governadores de Pernambuco e da Bahia foram convidados para as celebrações do segundo centenário de Alagoas. Mas, naturalmente por falta de tempo, não participaram da viagem pelo baixo São Francisco nem do evento, conforme noticiou certo jornal da capital de Alagoas.

Convém lembrar que em 1501, o rei Dom Emanuel confiou a Américo Vespúcio, verificar a extensão da nova terra descoberta, então chamada de Terra de Santa Cruz.

Eis que, precisamente no dia 4 de outubro de 1501, a esquadra chega à foz de um rio caudaloso. Como esse dia era e ainda é, no calendário religioso, dedicado a São Francisco de Assis, foi “batizado” com o nome de Rio São Francisco.

À margem do rio, no chamado baixo São Francisco, disse alguém: “Sem qualquer dúvida, o conjunto arquitetônico paisagístico urbanístico da cidade de Penedo é o espaço cultural de maior expressão de Baixo São Francisco. Destacam-se o Convento dos Franciscanos, diversas igrejas e casarios”.

É bom frisar que o aludido convento tem como padroeira Nossa Senhora dos Anjos. Chamam Convento dos Franciscanos porque o convento é administrado por frades da Ordem de São Francisco. A escritora Nilza Botelho Megale diz em um de seus livros que a bonita igreja de Penedo (Alagoas) com interessante frontaria barroca em arenito é deslumbrante trabalho em talha dourada na capela-mor e altares laterais.

Resta, portanto, pelo menos um fio de esperança de que o Velho Chico receba a devida ajuda e sua água, no fim de sua jornada, seja abundante e verdadeiramente potável. Poder-se-á dizer que houve quem se interessasse pela sua revitalização. É o que se espera. Destarte o 2º centenário de Alagoas não foi celebrado inutilmente.

Caso os políticos de Alagoas e Sergipe, juntamente com os governadores de Pernambuco e Bahia, teimem em reivindicar ajuda em prol do Velho Chico, há esperança na revitalização do mencionado rio.