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Patrimônio histórico de Arapiraca, gloria e orgulho de um povo

26/08/2017
Patrimônio histórico de Arapiraca, gloria e orgulho de um povo

O patrimônio histórico de Arapiraca, embora constituído de poucas edificações e riquezas de origem natural não muito elevadas, é orgulho da história política, religiosa e cultural dos arapiraquenses. Apesar de algumas contradições verificadas nos registros das duas mais antigas igrejas, a matriz da padroeira do município, Nossa Senhora do Bom Conselho, na Praça Manoel André e a capela de São Sebastião, da Praça Deputado José Marques da Silva, ambas no centro da cidade, confirmam a certeza de que suas construções foram concluídas em datas bastante longas uma da outra.

A velha matriz, hoje Igreja do Santíssimo Sacramento, teve a sua construção iniciada em 1864 e concluída cerca de dez anos depois segundo o livro História de Arapiraca, escrito e não publicado pelo juiz de direito, Nelson Rodrigues, descendente de Manoel André, na qual foi sepultada a esposa (de nome ignorado) do fundador do município, falecida em 1855, vítima de uma epidemia de cólera que varreu o nordeste brasileiro. A capela de São Sebastião foi construída em 1904, pelo agricultor José Magalhães, em sua propriedade, para pagar uma promessa feita ao santo a fim de se defender da varíola, doença que fez muitas vítimas no início do século XX.

A construção residencial mais antiga é o sobrado que pertenceu à família de Luiz Pereira Lima, ex-prefeito, fazendeiro, comerciante e pai dos ex-deputados estaduais Claudenor de Albuquerque Lima, Cláudio de Albuquerque Lima (PSD) cassados pela revolução de 1964 e outros dois filhos. O edifício de primeiro andar fica na Praça Manoel André (Comércio), esquina com Rua Aníbal Lima. A conclusão do projeto datou  de 1938, ano gravado no alto da fachada do imóvel que foi palco da história política mais tumultuada da região entre 1950 a 1964, vendido à família Peixoto Gonçalves, de Penedo – AL, por preço não divulgado. Atualmente está alugado como ponto comercial.

A moradia foi desocupada depois de 1955, pois nessa data Luiz Pereira adoeceu e foi para São Paulo, onde faleceu, enquanto sua esposa, Afra de Albuquerque Lima, foi encaminhada enferma e acabou morrendo em Maceió. O outro imóvel histórico da cidade é da Escola Estadual Adriano Jorge, na Av. Rio Branco. Projeto executado em 1940, no governo Osman Loureiro, o estabelecimento funciona com 692 alunos do ensino médio e fundamental, com 7 salas de aula e 50 funcionários.

Pela excelência do seu nível de escolaridade, a Adriano Jorge foi homenageada em 2010 com vários prêmios de gestão escolar, pesquisa e ciências pela Organização das Nações Unidas – ONU, Ministério da Educação e Cultura – MEC, Fundação Roberto Marinho e Embaixada dos Estados Unidos da América no Brasil. Apesar de não conter obras gigantescas e espetaculares, o patrimônio histórico de Arapiraca representa a glória e orgulho do seu povo em reconhecimentos pelo passado de lutas não muito distantes dos desbravadores do município, conforme palavras dos seus próprios habitantes.