Artigos

Os desabrigados de Alagoas

07/07/2017
Os desabrigados de Alagoas

Conforme os meios de comunicação do estado de Alagoas, as últimas chuvas que têm caído no nosso estado derrubaram várias casas, mas os lugares mais afetados foram Pilar e Marechal Deodoro. Far-se-á alguma referência sobre os dois citados municípios.

Pilar. Donde vem esse nome? Há duas hipóteses. Vamos apenas lembrar o que nos parece mais correto, de acordo com a Enciclopédia Municípios de Alagoas. O espanhol Alarcão Ayala, proprietário do Engenho Velho, escolheu como padroeira da igreja do Engenho Velho Nossa Senhora do Pilar, em homenagem à santa venerada em Saragaça (Espanha). Convém lembrar que em 1908 houve Saragoça uma peregrinação consagrada às Américas. E na igreja há várias bandeiras das Américas, inclusive a do Brasil.

É bom lembrar que Pedro II visitou Pilar. Há vários filhos ilustres, entre os quais se encontra Pedro da Costa Rego. A estimativa populacional do ano 2012 é de 33.623.
Marechal Deodoro. Esta cidade se chamava Alagoas. Sendo berço do proclamador da república passou a ter o nome de Marechal Deodoro. Os nascidos nessa cidade são chamados deodorenses. O último censo acusou 47.504 habitantes. Há vários filhos ilustres, além de Deodoro. Dentre outros pode ser lembrado Tavares Bastos.

Observando a Gazeta de Alagoas, verifiquei que 75 famílias estão alojadas em seis escolas, onde se abrigam quase 250 pessoas. Além disso a prefeitura lembra que todas as pessoas recebem três refeições em seus alojamentos. Isso em Marechal Deodoro.
Com referência ao município de Pilar é interessante tomar conhecimento, através do coordenador da Defesa Civil Municipal José Almir, que disse nunca visto tanta união entre os moradores. E transcrevo literalmente o que disse o citado coordenador: “O clima de satisfação de solidariedade, de ajudar o próximo tomou conta da cidade. Se uma pessoa brigada com outra, no meio daquela confusão eles selavam a paz. Era todo mundo se ajudando”.

É algo que leva a uma reflexão o que aconteceu com a senhora Maria Edith, conhecida como Dona Maria. De acordo com o que diz a Gazeta, já citada, a aludida senhora não perdeu o otimismo diante do que perdeu. Perdeu a casa, perdeu um bar com o qual conseguiu criar os filhos. Agora a citada senhora mora na casa de uma filha. E como conseguiu retirar algo do bar, continua vendendo, onde esta residindo atualmente.

Indiscutivelmente Dona Maria foi criada num ambiente de fé, uma vez que chegou a dizer com otimismo: “Meu Deus me deu a oportunidade de recomeçar”. Enquanto muitos fizeram suas queixas e lamentações, essa mulher que exclamou “Minha casinha foi embora”, deu uma entrevista com ar de riso. Trata-se de uma senhora de 73 anos de idade.
Infelizmente com as chuvas algumas pessoas morreram. Umas levadas pelos riachos, outras por queda de barreiras e mais algumas causas. No entanto houve atitudes heroicas para salvar e abrigar os sem-teto.

A esperança deve ser alimentada. Disse Dionísio Catão no século 3º depois de Cristo: “Nas circunstâncias adversas, não percas a coragem. Guarda a esperança; só a esperança não abandona o homem, mesmo na morte”. Fica, porém, uma pergunta: Será que os cofres públicos vão se abrir para que os desabrigados possam voltar a ter sua casinha?