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Enfermeira palmeirense participará de seminário internacional, em Salvador

20/07/2017
Enfermeira palmeirense participará de seminário internacional, em Salvador

2017-07-19-PHOTO-00000004A saúde pública de Palmeira dos Índios tem se destacado nacionalmente nos últimos meses. As experiências e casos estudados pelos profissionais da rede têm garantido reconhecimento em diversos eventos nacionais e, agora, internacionais. A enfermeira Carla Barbosa, gerente da Saúde da Criança e do Adolescente da Secretaria Municipal de Saúde, irá representar o município no Seminário Internacional da Resposta Brasileira ao Zika, que acontecerá nos dias 08 e 09 de agosto, em Salvador.

Recentemente, a enfermeira Cristiane dos Santos representou Palmeira em um congresso em Brasília e tornou o município nacionalmente conhecido, no âmbito da saúde pública, pelas experiências com testes rápidos de HIV/Sífilis e hepatites virais.

O Ministério da Saúde, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), vai realizar o Seminário que acontecerá dentro da Feira de Soluções para a Saúde – Zika, organizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A enfermeira foi convidada pelo Ministério da Saúde a participar do evento devido aos registros de crianças nascidas com microcefalia no município, onde será apresentado um estudo de caso vivenciado pela profissional.

Ao final de 2015, o Brasil foi acometido por uma epidemia que culminou em 300 casos de Zika registrados em Palmeira dos Índios. Desse registro foram confirmados 07 casos de microcefalia – 05 causadas pela Zika e os demais por causas diversas.

De acordo com a enfermeira, essas crianças têm recebido acompanhamento especializado com um neuropediatra, quando também é trabalhada a estimulação precoce com fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais do Centro de Reabilitação de Deficientes Físicos de Palmeira dos Índios (Credefipi). Tanto a Secretaria Municipal, quanto a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), tem prestado todas as condições para o devido acompanhamento dessas crianças e suas famílias.

Em 2015, a SMS realizou ações como mutirões envolvendo a Vigilância Epidemiológica e o setor de Endemias, palestras educativas nas escolas, orientação no pré-natal e entrega de repelentes para as gestantes cadastradas no programa Bolsa Família. Para Carla, as palestras nas escolas foram fundamentais para que a sociedade ajudasse na limpeza da cidade, erradicando focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da Zika.

“A maior dificuldade foi trabalhar as famílias. Foi preciso incluir psicólogos no processo, um trabalho feito juntamente com o NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família). As famílias não aceitavam a situação de ter uma criança portadora dessa doença, até então desconhecida por maioria da população”, explica Carla.

O trabalho de fortalecimento da família foi considerado fundamental durante esse período. Hoje, a maioria das crianças tem em torno de 1 ano e 7 meses, fazem fisioterapia semanalmente, tem acompanhamento médico e técnico e a qualidade de vida é considerada boa e estável. A enfermeira comemora o reconhecimento do Ministério ao convidá-la para este evento.

“Essa é uma excelente oportunidade para agregar os conhecimentos nesta área, na Saúde da Criança, e, supostamente, uma melhor comunicação com as famílias, envolvendo a inserção social, tanto na área da saúde, como social e educativa”, disse a enfermeira.

Ela salienta ainda que em breve haverá uma reunião com a Secretaria Municipal de Educação para, juntos, discutirem a preparação da rede municipal de ensino para a inclusão dessas crianças na escola.

“Futuramente, essas crianças estarão inseridas na escola e não vamos vê-las como apenas uma criança portadora de microcefalia, e sim como um ser humano que vai precisar de um acompanhamento, como um todo, e não somente por sua patologia”, reforça Barbosa.