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São João dos 200 anos prioriza cultura de raízes em Alagoas

22/06/2017
São João dos 200 anos prioriza cultura de raízes em Alagoas

“É preciso reconhecer e valorizar a sua cultura. O São João tradicional é cara do Nordeste. Sei que há espaço para todo mundo, mas porque não priorizar as suas raízes?”. A afirmação é do forrozeiro Sebastião José Ferreira, conhecido em todo Brasil como Chameguinho, quando questionado sobre uma das polêmicas que mais uma vez rodeia o mês do São João, onde a trilha sonora é composta apenas pelo bom e velho forró.

 

Tem forró de todo tipo, da batida mais lenta a mais rápida, letra para todo momento, para qualquer ocasião. Os festejos representam a diversidade e arrastam multidões nas noites, acompanhadas de fogueiras e bandeirinhas. Pelas esquinas o cheiro do milho, que transforma a culinária na época mais animada do ano. É inegável: São João é a cara do Nordeste!

 

O São João dá ritmo ao mês de junho e traz com ele, mais uma vez, uma dúvida: o ritmo é o forró ou o sertanejo? Alagoas não deixará a sanfona de lado, porque não deixará suas raízes serem esquecidas, como o povo alagoano quer e ama.

 

Entre as bandas, apresentações de quadrilhas e coco de roda, há apenas um protagonista: o autêntico forró. Trata-se aqui do forró tradicional, pé de serra, do passo curto e calmo, que este ano ganha uma atenção especial do Governo de Alagoas, que, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), decidiu transformar o São João em uma festa especial para comemorar os seus 200 anos de Emancipação Política. Trios e Forrozeiros buscaram o apoio do Governo, para que juntos, fosse realizado o São João Solidário dos 200 anos. Festa tradicional na capital alagoana, o mês de junho não poderia perder a sua alegria – tão necessitada após centenas de famílias perderem suas casas devido às chuvas recorrentes em todo o estado.

 

A alegria do Nordeste a chuva não leva. E ela vem carregada de solidariedade. Neste ano, diversos bairros da capital terão seus festejos garantidos a partir desta semana. Há espaço para os folguedos, quadrilha e coco de roda, pra quem canta e pra quem dança. Só não há espaço para outra cultura a não ser a local. É que as festas deste ano serão realizadas somente com artistas da terra, que, por sua vez, apresentam o autêntico forró pé de serra, por vezes esquecido na festa que derivou do seu ritmo.

 

“As oportunidades dos artistas forrozeiros no mês de junho são poucas. Por esse motivo, ficamos felizes com o apoio do Governo de Alagoas para que juntos possamos fazer essa festa tão especial para a nossa cultura, regado ao pé de serra, ao forró verdadeiro. Nossa terra é berço de grandes artistas que só precisam de mais espaços com esse”, ressalta Chameguinho.

 

E como o show tem que continuar, Maceió será palco de um grande arraiá. Os festejos acontecerão nos bairros do Jacintinho, Benedito Bentes, Jatiúca e Jaraguá. As quadrilhas já fazem a festa dos maceioenses, mas, não para por aí. No dia 24 se dá início ao I Concurso de Coco de Roda Alagoano, que está de braços abertos para receber grupos do segmento. Essas e tantas outras novidades podem ser conferidas através do site www.cultura.al.gov.br.