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Iteral e Casal discutem distribuição de água para assentados

26/06/2017
Iteral e Casal discutem distribuição de água para assentados
Reunião discutiu o projeto de distribuição de água no assentamento Gastone Beltrão, em Olho D´Água do Casado. (Fotos: Helciane Angélica Santos Pereira

Reunião discutiu o projeto de distribuição de água no assentamento Gastone Beltrão, em Olho D´Água do Casado. (Fotos: Helciane Angélica Santos Pereira

O Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) tem como uma das importantes atuações a intermediação e concretização de políticas públicas para os agricultores familiares dos assentamentos da reforma agrária e do crédito fundiário.

Atendendo ao pedido do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST/AL), o diretor-presidente do órgão, Jaime Silva, articulou uma reunião na Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) para discutir o projeto de distribuição de água no assentamento da reforma agrária Gastone Beltrão, no município Olho D´Água do Casado, Alto Sertão alagoano.

O assentamento, que existe há 11 anos, fica ao lado de uma adutora e possui 100 famílias que sonham com a água nas suas casas. “Nós estamos cercados de rio por todo lado; tem gente de Maceió e de várias partes do mundo que vão fazer o passeio do rio São Francisco e tem que passar pelo nosso assentamento. A gente mora vizinho e não tem água encanada em nossas casas”, lamentou o agricultor Fagner de Souza.

O diretor-presidente do Iteral, Jaime Silva, ressaltou que a busca das parcerias será essencial para a efetivação do projeto. “É bom ressaltar que essa água será destinada ao consumo humano e serviços domésticos, e não pode ser utilizada na irrigação agrícola porque não é própria para isso. Nós queremos o bem-estar das famílias camponesas e vamos continuar batalhando para conseguir as benfeitorias necessárias e a permanência do trabalhador rural no campo com cidadania”.

“Essa reivindicação é antiga. Desde o tempo em que ainda erámos acampados, a gente pedia para colocar a água. A gente sofre muito com a seca, mas no tempo de chuva conseguimos plantar o milho, feijão, batata, macaxeira, abóbora, palma e a fava.

Hoje temos as casas, os lotes divididos para trabalhar e algumas cisternas de até 16 mil litros, mas a canalização da água mudaria as nossas vidas”, destacou Sivaldo Santos, membro da coordenação do assentamento.

A integrante da coordenação nacional do movimento, Débora Nunes, informou que o projeto está avaliado em R$ 725 mil e conta com o engajamento da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) ,para fornecer a tubulação; da prefeitura municipal, que vai ceder os maquinários; além das próprias famílias, que ajudarão manualmente.

Análise técnica

O presidente da Casal, Clécio Falcão, destacou que a empresa de economia mista possui o compromisso social, porém, é necessário ter a devida atenção e responsabilidade quanto ao investimento financeiro destinado ao tratamento da água e na manutenção da tubulação para não comprometer o orçamento da Companhia.

“O que a gente puder fazer para ajudar vocês e garantir o desenvolvimento da região estamos à disposição. Mas, precisamos fazer um trabalho com bom senso e verificar em campo a estrutura necessária. Infelizmente, algumas pessoas tem aquela ideia equivocada que a água deveria ser repassada de graça e, para nós da Casal, pouco importa se a adutora e a canalização passam na área de um assentamento ou de um grande fazendeiro. É importante deixar claro que o desvio de água pode comprometer a sua finalidade e prejudicar centenas de pessoas; é preciso total atenção”, explicou Clécio Falcão.

O superintendente de Negócios do interior da Casal, Eduardo Almeida, confirmou que será encaminhada uma equipe até o assentamento, que dará a assistência técnica necessária ao projeto, e ainda, realizar o planejamento das despesas para administrar o sistema de abastecimento e a analisar o valor a ser cobrado na tarifa social aos agricultores.