Geral

Higiene das mãos é essencial para evitar infecções hospitalares

20/06/2017
Higiene das mãos é essencial para evitar infecções hospitalares
Cuidados básicos de higiene podem evitar as disseminação de infecções em ambiente hospitalar. Fotos: Carla Cleto e Neide Brandão

Cuidados básicos de higiene podem evitar as disseminação de infecções em ambiente hospitalar. Fotos: Carla Cleto e Neide Brandão

O combate aos microorganismos resistentes, dentro e fora do ambiente hospitalar, depende de um esforço conjunto das autoridades, profissionais de saúde e da população em geral, destaca Maria das Mercês Pereira, coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospital (SCIH) da única unidade “porta aberta” em Alagoas, o Hospital Geral do Estado (HGE).

Hospitais, clínicas, postos de saúde, ambientes que têm como maior finalidade recuperar o paciente, carregam também bactérias e vírus capazes de causar as IrAS, infecções relacionadas à assistência à saúde, por congregarem várias doenças.

“Esses microrganismos são transmitidos, sobretudo, pelo contato, por isso higienizar as mãos é a principal medida de prevenção. A higienização correta das mãos é a medida mais simples e eficaz para a prevenção e controle das IrAS. A lavagem correta das mãos previne infecções, promove a segurança dos pacientes e dos demais profissionais dos serviços de saúde”, lembrou Maria das Mercês.

De acordo com a especialista, todos os profissionais dentro de uma unidade de saúde devem fazer a sua parte, procurando lavar as mãos antes e depois do contato com paciente. O mesmo procedimento deve ser adotado pelos que frequentam uma unidade hospitalar.

Uso de antibióticos

Segundo Maria das Mercês Pereira, existe uma forte relação entre o tempo de hospitalização e a resistência bacteriana aos antibióticos. No entanto, a automedicação vem se tornando, cada vez mais, uma questão crítica. “Nas doenças provocadas por infecções virais, por exemplo, esses medicamentos não têm nenhuma efetividade. É preciso ir ao médico para saber se realmente é necessário tomar antibióticos”, alerta Maria das Mercês.

A especialista explanou ainda sobre os cuidados com o uso e descarte de antibióticos. De acordo com ela, quando há a indicação de usar antibióticos, é importante tomar os remédios na hora determinada e fazer o tratamento durante todo o período recomendado, sem interrupção. O descarte não deve ser em lixo comum para não contaminar o meio ambiente.

“Além disso, os cuidados em um ambiente hospitalar devem ser seguidos com rigor. Quando as pessoas vão a um hospital, o ideal é evitar o excesso de visitantes e acompanhantes e não manter contato com outros pacientes. Em caso de dúvidas, os profissionais de saúde devem ser consultados”, sugeriu.

Controle de infecções

O Serviço de Controle a Infecções Hospitalares tem como objetivo aumentar a adesão de servidores às práticas de higienização das mãos de forma constante e na rotina diária, conscientizando esses profissionais sobre a importância desse hábito. A simples higienização das mãos é reconhecida mundialmente como uma medida primária, mas de fundamental importância no controle de infecções relacionadas à assistência da saúde.

No HGE, a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar segue rigorosamente o protocolo de manejo de pacientes que apresentam multirresistência bacteriana, conforme preconizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar. As normas técnicas dessas duas instituições serviram como base para a elaboração do manual de orientação para o controle de bactérias multirresistentes.

“A Comissão possui o controle de todos os pacientes portadores de bactérias multirresistentes, mantendo-os sob precauções de contato, devidamente tratados e com todos os direitos de assistência preservados. Desde o diagnóstico microbiológico, são adotadas todas as medidas de controle. A equipe de profissionais que presta assistência a esse perfil de paciente está devidamente treinada e conta com equipamentos de proteção individual (EPIs) específicos”, ressaltou Maria das Mercês.

“Apesar de toda tecnologia existente, o simples ato de lavar as mãos continua sendo fundamental e insubstituível para prevenir a proliferação de microrganismos”, afirmou a médica.

De acordo com ela, os cuidados devem ir além do ambiente hospitalar para evitar a transmissão de bactérias aos familiares. “Precisamos nos conscientizar sobre a importância das práticas corretas, pois o descuido pode contribuir para levarmos bactérias para nossas famílias. É imprescindível lavar as mãos ao chegar e ao sair do hospital; após usar o banheiro; antes e após o atendimento de cada paciente. Essa prática simples garante mais qualidade de vida para todos”, incentivou.