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Extremistas destroem mesquita onde líder do EI proclamou califado
Os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) destruíram nesta quarta-feira o “hadba”, o emblemático minarete inclinado da cidade velha de Mossul e a adjacente mesquita Al Nuri, onde seu líder, Abu Bakr Al Baghdadi, proclamou o surgimento do “califado”.
“Nossas forças estavam avançando […] na cidade velha quando, após terem chegado a 50 metros da mesquita Al Nuri, o Daesh [acrônimo em árabe do EI] cometeu um novo crime histórico, ao fazer explodir a mesquita de Al Nuri e a ‘hadba'”, o minarete inclinado adjacente, informou o general Abdulamir Yarallah,comandante do exército iraquiano e responsável pela ofensiva em Mossul, em um comunicado.
Em uma mensagem distribuída através da agência “Amaq”, órgão de propaganda vinculado aos jihadistas, o EI acusou à coalizão internacional de destruir a mesquita em um bombardeio.
Entretanto, o porta-voz do comando de Operações Conjuntas, Yahya Rasul, disse à emissora de televisão curdo-iraquiana “Rudaw” que os combatentes do EI puseram explosivos no templo do século XII durante sua fuga.
A mesquita de Al Nuri, construída em 1172 pelo governante Noradine, da dinastia zengida, era o maior símbolo da cidade de Mossul.
Era conhecida no Iraque e nos países vizinhos pelo minarete, de 45 metros de altura e forma cilíndrica, com uma inclinação de vários graus, similar à torre de Pisa, construído em tijolo com motivos geométricos.
Os cidadãos de Mossul estavam muito preocupados pelo risco que corria a integridade do monumento quando as forças iraquianas anunciaram a iminência do ataque.
A Unesco assinou em 2012 um acordo com as autoridades iraquianas para restaurar o minarete e evitar o perigo de derrubada, mas o projeto foi abandonado dois anos depois quando o EI conquistou a cidade.
A mesquita foi desmontada e restaurada em 1942, em um projeto de restauração do Ministério de Antiguidades, mas o minarete se manteve intacto, apesar de sua inclinação, da que se tem notícia desde o século XIV, segundo registros citados pela Unesco.
Os extremistas estão encurralados pelas forças iraquianas nas últimas ruas que ocupam naquele que foi o seu principal feudo no Iraque, depois que na segunda-feira passada foi anunciada a fase final da ofensiva de Mossul.
A campanha de Mossul começou em outubro do ano passado; em janeiro conseguiu libertar os bairros ao leste do rio Tigre e desde fevereiro as tropas iraquianas estão combatendo os terroristas no oeste da cidade, que antes da ocupação do EI, em 2014, chegou a ter cerca de dois milhões de habitantes.
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