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Polícia investiga participação de outras 21 pessoas em grupo suspeito de fraudar concursos

09/05/2017
Polícia investiga participação de outras 21 pessoas em grupo suspeito de fraudar concursos

Pelo menos outras 21 pessoas estão sendo investigadas pela Polícia Civil da Paraíba como suspeitas de integrar o grupo criminoso que teria fraudado pelo menos 60 concursos públicos em seis estados do Nordeste. De acordo com o delegado de defraudações e falsificações de João Pessoa, Lucas Sá, o número final de pessoas envolvidas no esquema das fraudes pode passar de 40 até o fim das investigações.

A Operação Gabarito foi deflagrada no domingo (7), quando 19 pessoas foram presas em João Pessoa e no Rio Grande do Norte, durante a realização do concurso do Ministério Público do RN. Os suspeitos fraudavam documentos para facilitar empréstimos para pagar a fraude, diplomas para ingresso no cargo e gabarito da prova. Entre os presos estão dois irmãos, apontados como líderes do grupo e já aprovados em 29 concursos. A quadrilha cobrava até R$ 150 mil para vender o “kit completo” de aprovação.

“Além das pessoas que foram presas no domingo, temos estes outros suspeitos que já foram identificados e só não foram presos em flagrante pois não estavam atuando neste concurso específico. O grupo é grande e os membros se revezam de acordo com o concurso. O importante é que já sabemos quem são estas pessoas e agora vamos buscar a prisão preventiva delas”, explica Lucas Sá.

A audiência de custódia dos 19 presos no domingo aconteceu na segunda-feira (8) em João Pessoa e a Justiça manteve a prisão dos suspeitos. O delegado afirma que as fraudes começaram em 2005, e mais de 500 pessoas já foram beneficiadas com o esquema em concursos na Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe e Piauí. O valor pago pelas pessoas para o grupo já acumulava pelo menos R$ 18 milhões.

Suspeitos foram presos com ponto eletrônico durante prova do concurso do MPRN (Foto: Lucas Sá/DDF João Pessoa)

Suspeitos foram presos com ponto eletrônico durante prova do concurso do MPRN (Foto: Lucas Sá/DDF João Pessoa)

O esquema funcionava por meio de escutas e transmissões eletrônicas durante a aplicação das provas. Parte dos suspeitos ficavam na casa onde os líderes do grupo foram presos, em João Pessoa, e eram responsáveis por receber as informações das provas de outros integrantes do grupo que faziam as provas. “Eles repassavam as informações para os ‘professores’, que respondiam as questões e mandavam os gabaritos para os candidatos”, explica Lucas Sá.

Segundo o delegado, os “clientes” do grupo eram contatados principalmente em cursinhos e por meio redes sociais. “São muitas as maneiras, mas as principais são pelo Facebook, WhatsApp e indicação de pessoas de cursinhos. Vários desses professores [presos] são professores de cursinho. Então eles acabam indicando a organização para os alunos desses cursos e fazendo a proposta de ingressar no esquema fraudulento”, disse o delegado.