Artigos

A Mãe e as mães

05/05/2017
A Mãe e as mães

Chegou o mês de maio. Entre os católicos tal mês é chamado mês de Maria. O anjo Gabriel dirige-se a Maria para anunciar que ela fora escolhida por Deus para ser a Mãe do Salvador da humanidade.
A saudação foi dada a Maria, chamando-a a cheia de graça. O anjo não chamou a Virgem Maria pelo nome, mas por um atributo: Cheio de graça. Consequentemente, o nome dela é “Cheia de Graça”. É o que a Gramática chama de antonomásia. Ou seja, a substituição do nome próprio por um comum que se evidencia, como lembra o professor Estêvão da Rocha Lima.

O próprio Anjo afirma que Maria é bendita entre as mulheres. Diz por sua vez o professor que o culto mariano, instaurado por Isabel, espalha-se tanto no Oriente como no Ocidente.
Por que se diz o culto mariano foi instaurado por Isabel? Na verdade, eis o que diz o Evangelho de Lucas: “Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se agitou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.

Com um grande gritou exclamou: Tu és bendita entre as mulheres e é bendito o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar”.
É bom lembrar que a liturgia da Igreja não cria a fé católica, mas a própria Virgem Maria fez esta previsão: “Doravante todas as gerações me felicitarão, porque o Todo – Poderoso realizou grandes obras em meu favor”.

Vamos lembrando que a piedade católica associou, de forma especial, à devoção a Maria: o mês de maio e o mês de outubro.

Não se trata em colocar de lado a adoração a Deus, mas louvar a Mãe de Deus. Também não se pode imaginar que Jesus fosse mau filho. Consequentemente a quem Jesus ama, devemos também amar. Por ventura será errado celebrar o Dia das Mães que ocorre neste mês de maio no segundo domingo?

Já na Idade Média se constatam devoções especiais no mês de maio. Sua função, diz Adolf Adam, era cristianizar certas celebrações pagãs tradicionais de origem romana e germânica. Prossegue A. Adam: O fato de se consagrar todo o mês de maio com orações diárias ou pelo menos frequentes é o resultado de uma evolução que se vai crescendo até o século XIX.

Após esses apontamentos sobre a Mãe de Deus que é considerada carinhosamente pelos Cristãos católicos e como, no mês de maio se comemora o Dia das Mães, vamos lembrar algo do muito que se disse. “Minha mãe era muito bela / Eu me Lembro muito dela / De tudo quanto era seu / Minha mãe era bonita, Era toda minha dita, / Era tudo e tudo era meu”. (Junqueira Freire).

A dor ocupa o quarto do meu filho ausente. / Deita-se em sua cama, me acompanha. / Verte-se com seus encantos, repete suas palavras, me faz lembrar cada um de seus membros graciosos, / E com sua forma, preenche as roupas agora inúteis (Shakespeare).

Finalmente gostaria de lembrar que, certa feita, visitei um Posto de Saúde e uma das funcionárias mostrou-me um cartaz com uma mãe e uma criança. E fui informado que o médico chorava ao ver o cartaz. Nele estava: “A mãe leva o filho nove meses no ventre, dois anos nos braços e a vida inteira no coração”. O médico era órfão.