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Economia de Mercado

22/04/2017
Economia de Mercado

Quando se estuda a História do Pensamento Econômico, torna-se necessário retroceder no tempo a fim de registrar o papel do economista escocês Adam Smith ( 1723/ 1790), cognominado “ Pai da Economia”, que, por sua vez, liderou a Escola Clássica ao lado de Ricardo, Say e de outros expoentes de sua época.

Sua grande contribuição às Ciências Econômicas, data de 1776, com o lançamento de sua majestosa Obra “ A Riqueza das Nações” que representava os interesses dos capitalistas manufatureiros, bem como dos que suplantaram os mercantilistas.

Diga-se, de passagem, apregoava a liberalismo econômico, ou seja, a não-intervenção econômica do estado nos negócios econômicos. Advogava o mercado livre e competitivo, e, consequentemente, assegurava que cada pessoa trabalhava pelo próprio sustento e, sendo assim, a sociedade seria beneficiada como um todo.

Segundo ele, a “mão invisível” nortearia o mercado obedecendo as forças do mesmo, isto é, a oferta e a demanda. Aliás, os economistas clássicos criaram a teoria de que a produção de bens e serviços econômicos tinha demanda igual. Essa teoria fora suplantada pelo Princípio da Demanda Efetiva de Keynes a partir de 1936.

No último decênio do século XX a política econômica neoliberal foi implementada no mundo inteiro, com exceção dos países socialistas a antiga União Soviética, bem Cuba dos irmãos Castro. Ressalte-se, porém, que o início desse modelo econômico começou nos Estados Unidos e na Inglaterra.

Em sendo assim, surgiu o Estado mínimo controlando, fiscalizando a iniciativa privada inibindo o excesso contra o meio ambiente. Trata-se, portanto, da globalização que provocou a exclusão social a fim de diminuir custos nas atividades produtivas.

No Brasil, os inolvidáveis economistas Octávio Gouvêa/ Eugênio Gudin, criadores da Economia Brasileira, sustentaram a tese de que a Economia de mercado deveria prevalecer. E, sendo assim, o Estado deveria ficar longe da produção econômica a fim de evitar privilégios e corrupção nas empresas estatais.

Nesse sentido, o inesquecível economista/ embaixador Roberto Campos, o apóstolo econômico, aderiu essa teoria neoliberal sendo pouco ouvido nas suas pregações econômicas. E, por conseguinte, chegou a vaticinar: “ O Brasil descobrirá algum dia a eficiência da economia de mercado sem adjetivos. Mas talvez perca várias décadas para fazê-lo”.

Por essas razões, defendeu algumas ideias atreladas a diversas alternativas, a saber: a) livre negociação dos salários; a privatização das estatais; reforma na Previdência Social; diminuição do déficit público e, finalmente, a ampliação do seguro-desemprego.

Não fora ouvido no seu receituário econômico. E, por isso, invocou a profecia: “ Mais feliz do que Moiśes que pregou ao povo eleito e que Cristo que pregou aos peixes, foi João Batista que pregou no deserto”.

O discurso de Collor na sua campanha à Presidência, foi um hino à modernidade. Parecia que o Brasil se livraria a um só tempo, do populismo fisiológico dos trabalhadores e do intervencionismo latente dos sociais-democratas. Roberto Campos foi, sem dúvida, oráculo de seu tempo sem obter sucesso na sua pregação.

Contudo, o Plano Collor I em sua fase inicial não poderia ser mais antimercado . Congelou preços/salários e sequestrou os ativos financeiros da população com sua arrogância que lhe é peculiar. Adotou medidas heterodoxas, que nada têm a ver com a ortodoxia liberal.
Pecou, assim, num erro tecnológico e no uso de instrumentos no combate à inflação. E, o pior, não ouviu a classe política que o derrubou alegando corrupção na Casa da Dinda. Saiu, assim, pelas portas dos fundos do Palácio do Planalto.

No governo de Michel Temer ( PMDB/SP), vê-se a dificuldade de aprovar as reformas da Previdência e Trabalhista a fim de modernizar o país. Por um lado, deputados brigam para ser beneficiado na próxima eleição ( 2018), ou seja, manter o poder para continuar mandando no Brasil que vive a sua pior recessão econômica. Do outro lado, a turma da base governamental exige mudanças no texto original.

Por fim, o modelo estatal exauriu sem perspectivas desenvolvimentistas. Urge, pois, que a Economia de Mercado seja utilizada para quebrar os gargalos na produção, e, consequentemente, promover o crescimento para gerar emprego/renda. Espera-se que dessa vez haja o consenso no Congresso Nacional. Organização: Francis Lawrence.