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Ex-deputado e outros 154 PMs integram primeira leva de indiciados por paralisação no ES

14/02/2017
Ex-deputado e outros 154 PMs integram primeira leva de indiciados por paralisação no ES
 Deputado federal, Capitão Assunção tentou, sem sucesso, se eleger vereador no ano passado (Foto: Agência Câmara)


Deputado federal, Capitão Assunção tentou, sem sucesso, se eleger vereador no ano passado (Foto: Agência Câmara)

O governo do Espírito Santo divulgou uma lista com 155 nomes de policiais militares indiciados por participarem da paralisação da Polícia Militar no estado. A relação foi publicada na edição desta terça-feira, 14, do Diário Oficial capixaba. A divulgação representa, na prática, a abertura de processo de expulsão da corporação. As investigações devem ser concluídas em 30 dias e vão apurar o envolvimento dos PMs no aquartelamento iniciado no último dia 3 e que resultou em nove dias sem policiamento nas ruas. Nesse período, quase 150 pessoas foram assassinadas em todo o estado.

Entre os indiciados está um ex-deputado federal, o capitão da reserva Lucinio Castelo de Assunção, mais conhecido como Capitão Assunção, que exerceu o mandato na Câmara entre 2009 e 2011. No ano passado ele tentou se eleger vereador, mas perdeu a eleição. Além do capitão, também integram a lista dois tenentes-coronéis e um major. Eles vão responder a inquérito policial militar. Policiais com menos de dez anos de farda serão alvos de procedimento administrativo disciplinar rito ordinário (PAD RO). Os que têm mais tempo de corporação serão submetidos ao Conselho de Disciplina.

O número de investigados vai aumentar. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, 703 policiais militares serão alvos de procedimentos administrativos. Eles vão responder pelo crime militar de revolta, cuja pena é de 8 a 20 anos de detenção, e, se condenados, também serão expulsos da polícia.

Os policiais começaram a voltar às ruas no último sábado. Mas seus familiares seguem em frente aos batalhões tentando negociar com o governo melhores condições para os PMs. Ontem eles abriram mão do reajuste salarial, principal ponto da pauta de reivindicações. Para deixar os quartéis, eles pedem agora a anistia completa para os policiais, com a não instauração de procedimentos administrativos. A proposta, no entanto, foi recusada pela comissão de negociação do governo estadual.