O procurador-geral da Colômbia pediu nesta quarta-feira (8) uma investigação que apure se a campanha de 2014 do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, recebeu até US$ 1 milhão da Odebrecht, embora tenha acrescentado que o único indício veio de um ex-senador acusado de corrupção.

Parte dos US$ 4,6 milhões supostamente pagos pela empreiteira brasileira a Otto Bula Bula, ex-senador do Partido Liberal, pode ter ido para a cruzada de reeleição de Santos, disse o procurador-geral Néstor Humberto Martínez aos repórteres, de acordo com a agência de notícias Reuters.

“Por ora, o testemunho de Bula é a única prova da entrada de 1 milhão de dólares na campanha de Santos. Ele explicou o método, momento e local da entrega desse dinheiro”, afirmou Martínez, que solicitou que a comissão eleitoral do país inicie um inquérito.

Na noite de terça-feira, Martínez foi mais enfático a respeito das alegações.

“Foi estabelecido que, deste montante (US$4,6 milhões), em 2014 o senhor Otto Bula fez duas transferências à Colômbia, que foram retiradas na ocasião, de uma soma total de 1 milhão de dólares, e cujo beneficiário final foi a administração da campanha “Santos para Presidente – 2014”.

O chefe da campanha, Roberto Prieto, negou a acusação, e Camilo Enciso, secretário de transparência do presidente, disse que as alegações são “falsas”. A campanha de 2014 garantiu um segundo mandato de quatro anos para Santos, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2016.

Juan Manuel Santos, pediu nesta quarta que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) faça uma investigação profunda sobre o suposto pagamento.

“Solicito ao CNE uma investigação a fundo o mais rápido possível para que toda a verdade sobre o caso Odebrecht seja divulgada”, escreveu Santos em sua conta no Twitter, no primeiro pronunciamento sobre o caso.