Artigos

O combate ao crime organizado das facções exige inovação disruptiva (como a Lava Jato)

19/01/2017
O combate ao crime organizado das facções exige inovação disruptiva (como a Lava Jato)

Os bárbaros massacres nos presídios espelham o saldo final da Nova República (de 1985 para cá): violência, muita corrupção, desonestidade e incompetência administrativa. Foram 13 anos de PT (Lula e Dilma), 8 anos de PMDB (Sarney, Itamar e Temer), 8 anos de PSDB (FHC) e 2 anos com Collor: ao lado de algumas poucas coisas certas, há uma tonelada de barbaridades e inabilidades para administrar problemas complexos.

A Nova República (em 1985) foi um sonho. Mas acabou repetindo as monstruosidades dos governos anteriores. Todos devem ser responsabilizados pelas suas estrepolias e picaretagens. Todos! Lava Jato, dentro da lei, nosso voto faxina e a criação de uma nova Política (com “p” maiúsculo) com novas lideranças são indispensáveis.

Essas são as propostas da nossa mobilização Erga Omnes (contra todos os irresponsáveis que governam ou governaram o país). A selvageria e ganância dos crimes organizados exigem respostas imediatas. Não se combate o câncer com aspirina nem com remédios que serão desenvolvidos dentro de décadas.

Com receitas de governabilidade e mentalidades ultrapassadas, esse sistema político-partidário-empresarial corrupto está chegando ao seu colapso. Temos que enterrar a Nova República. Os donos cleptocratas do poder já estão indo para a cadeia e alguns políticos estão sendo cassados. Ainda é pouco, o voto faxina tem que fazer o arrastão final.

Entramos na maior recessão econômica da nossa história porque os larápios das elites não aprenderam outro jeito de fazer negócios sem corrupção.

Na questão segurança, por exemplo, o governo corrupto do presidente Temer (as delações da Odebrecht são prova disso) copia FHC (2000) e Lula (2003 e 2007) com seu Plano Nacional. Desde Sarney, passando por Collor, Itamar e Dilma, tudo nessa área foi embromação, empulhação, enganação. A violência só aumentou. A criminalidade nunca diminuiu com o estelionato das leis penais novas mais duras. É a prevenção e a certeza do castigo que produzem bom resultado (já dizia Beccaria em 1764).

O que aprendemos nesses 31 anos da Nova República velhaca? Que a falta de criatividade, a incompetência e a desonestidade jamais são aptas para administrar problemas complexos.

O desmantelamento de todo crime organizado começa pela desidratação do seu poder econômico. Serviço de inteligência e follow the money (seguir o dinheiro). Só assim se confisca a fortuna encontrada. Quantos milhões o Estado já sequestrou do PCC? Praticamente nada. Crime organizado rico é imbatível.

O sucesso da Lava Jato no combate ao crime organizado das licitações (dos poderosos) está na sua inovação disruptiva (faz coisas diferentes do tradicional): delação premiada, Justiça negociada, combinação da prisão com uso de tornozeleira, suspensão do exercício da atividade empresarial corrupta, produção eficaz de provas, rapidez no julgamento, bom uso das tecnologias, cooperação internacional e devassa patrimonial (recuperação de grande parte do dinheiro roubado, bloqueio de bens, ressarcimentos, multas, indenizações etc.).

Uma verdade é incontestável: nesses 31 anos de República velhaca todos se organizaram para roubar o Brasil e os brasileiros: o crime organizado das facções, o crime organizado das licitações (sobretudo na Petrobras), o crime organizado das empresas que buscam benesses e favores do Estado etc. Todos, do crime, se organizaram.

E quem não se organizou adequadamente? A sociedade. Continua cordeiramente pagando a conta de todos os crimes organizados (das elites e das facções), como se isso fosse um destino inexorável. Até quando vamos permanecer assim? Sem protestos, sem ruas, sem redes sociais, sem Lava Jato (dentro da lei), sem o voto faxina nas próximas eleições não vamos mudar nada nesse país, que é uma monstruosidade social. Quando vamos acordar? Quando vamos agir? Avante!