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HGE atende aproximadamente 200 pessoas na Ponta Verde

05/12/2016
HGE atende aproximadamente 200 pessoas na Ponta Verde
Evento contou ainda com a participação de enfermeiros, nutricionistas, educadores físicos e acadêmicos. Fotos: Thallysson Alves

Evento contou ainda com a participação de enfermeiros, nutricionistas, educadores físicos e acadêmicos. Fotos: Thallysson Alves

Lazer tem tudo a ver com saúde, sendo assim, o Hospital Geral do Estado (HGE) promoveu neste domingo (4), em trecho da orla fechada na Ponta Verde, o Dezembro Verde para Prevenção ao Pé Diabético, doença que acomete milhões de brasileiros e uma das principais causas de amputação.

Este ano, aproximadamente, 200 pessoas participaram no projeto. Aldo Pereira da Costa, de 51 anos, foi o primeiro a ser atendido no evento instalado na Avenida Silvio Viana. Apesar de não ter desenvolvido a diabetes, ele explicou que sua procura se deve ao seu fator de risco, uma vez que seu pai morreu com a doença após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

“Sempre que existe um evento assim, de prevenção a qualquer doença, eu busco participar. É importante saber como está a nossa saúde e aqui aliou o lazer, a paisagem espetacular e a preservação da qualidade de nossa saúde”, disse ele.

O aposentado Eduardo Altobello, de 59 anos, concorda. “Eu procurei atendimento médico no posto de saúde, mas é muita gente, e para quem tem dificuldade de locomoção é complicado. Então soube na TV dessa ação e vir. Daqui saio orientado a iniciar com acompanhamento de um cirurgião vascular”, disse Altobello.

Eduardo tem neuropatia diabética, se locomove em cadeira de rodas por já sentir as pernas dormentes. “Um dia desse levei uma topada, quebrei um osso do hálux e estou com uma ferida em um dos dedos. Preciso ter atenção, até porque existe problema circulatório em ambas as pernas”, contou.

Josué Medeiros, cirurgião vascular da unidade hospitalar, explicou que casos como o de Eduardo devem ter redobrada atenção. “O pé diabético acontece quando a circulação sanguínea é deficiente, o que já acontece com ele, e os níveis de glicemia são mal controlados. Atenção aos pés e consulta com um vascular a cada seis meses, é fundamental. Qualquer ferimento nos pés deve ser tratado rapidamente para evitar as complicações, como à amputação do membro”, orientou o especialista.

Segundo o vascular, é preciso ficar atento a ardor e dormências. “A pessoa com esses sintomas deve procurar atendimento médico e, sempre analisar seus pés, os ferimentos devem ser tratados imediatamente”, completou.

Gilson Gouveia (57 anos) retornou ao Dezembro Verde após um ano, ele participou da primeira edição, em 2015, quando descobriu que teria que fazer uma cirurgia de emergência para não perder parte do pé esquerdo.

“Sou muito grato a este evento e ao profissional que me orientou e também fez a cirurgia. Não perco nenhum! Hoje, percebi que meus níveis de glicose deram uma aumentada. Fui orientado a observar e não deixar a atividade física de lado, cuidando sempre da alimentação”, comentou.

A secretária de saúde Rosângela Wyszomirska, presente ao evento, ressaltou a relevância do atendimento na rua fechada para a sociedade e destacou que em 2017 outras especialidades serão acrescentada na agenda de eventos.

“Este ano, o HGE presenteou a população com dois eventos sobre acidente vascular, um no shopping e outro na orla, da mesma forma a área vascular realizou mais dois. No próximo ano a direção acrescentará a traumato-ortopedia, cardiologia e até queimados na lista de eventos de assistência à sociedade fora da unidade hospitalar. A população é a maior beneficiada com ações assim”, ressaltou, parabenizando os profissionais voluntários.

Ação municipal

Na ocasião, a secretária convidou os profissionais da área vascular a participarem, em janeiro, de reuniões com prefeitos e secretários municipais de saúde. A intenção é mostrar com indicadores, os principais focos e propostas da Saúde para o cuidado e atenção aos diabéticos e hipertensos em 2017.

Cézar Ronaldo, coordenador da Vascular no HGE, comentou que 80% das amputações realizadas no HGE seriam descartadas caso os pacientes chegassem a unidade hospitalar na fase inicial da doença. De acordo com o cirurgião, 60% dos atendimentos da área na unidade hospitalar vêm dos municípios do interior alagoano.

“Se conseguirmos melhorar o atendimento para essas doenças em unidades básicas, sendo parceiros dos municípios, não só o pé diabético chegará ao HGE em melhor situação, outras doenças terão seus índices também melhorados, como o acidente vascular e o infarto”, destacou Rosângela Wyszomirska.

Mês Verde

O projeto desenvolvido pelos cirurgiões vasculares do hospital Geral teve a parceria da Endovasc e da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e contou ainda com a participação de enfermeiros, nutricionistas, educadores físicos e acadêmicos.

Foram realizadas aferição de pressão arterial, pesagem e aferição de IMC (Índice de Massa Corporal), além de orientações sobre a diabetes, os cuidados com a alimentação, com as feridas que venham surgir e a importância da atividade física no cuidado da doença.