Política

Paim defende fim do foro privilegiado

11/11/2016
Paim defende fim do foro privilegiado

O senador Paulo Paim (PT-RS), em discurso nesta sexta-feira (11), disse ser totalmente a favor do fim do foro privilegiado, como previsto na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 10/2013, que já conta com voto favorável do relator, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

– Só assim, teremos moral para olhar nos olhos dos eleitores e justificar a democracia representativa que tanto defendemos – disse.

Segundo Paim, o Brasil já nasceu com o instituto do foro privilegiado, influenciado pela família imperial. O imperador, por exemplo, lembrou o senador, não podia sequer ser julgado ou processado, pois tinha imunidade absoluta por ser considerado inviolável, sagrado e infalível. O foro privilegiado permaneceu em todas as Constituições brasileiras e, na de 1988, cresceu ainda mais, “a níveis nunca imaginados”, disse Paim.

O senador observou que podem ser julgados somente por tribunais superiores o presidente da República e o vice presidente, ministros de Estado, deputados federais e senadores, ministros do Supremo Tribunal Federal e de outros tribunais superiores, comandantes de forças militares, chefes de missões diplomáticas, governadores, desembargadores, membros de tribunais de contas e do Ministério Público, entre tantos outros. A lista é “absurdamente extensa”, frisou Paim.

Motivos para admitir diferenciação nas instâncias de julgamento devem ser considerados, na avaliação de Paim. Quando, no entanto, as exceções crescem a ponto de se banalizar, “algo vai mal e é hora de corrigir o erro”, advertiu o senador. Na França e na Alemanha, por exemplo, somente os presidentes têm esse privilégio, observou.

Manifestações

Paulo Paim também registrou a série de manifestações que ocorrem em todo o país, desde as 6h desta sexta-feira. São 19 estados mobilizados, como Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Bahia e Pernambuco, entre outros. Os manifestantes, segundo o senador, lutam para garantir direitos dos trabalhadores e contra a proposta de emenda à Constituição (PEC) 55/2016, que impõe um teto de gastos ao governo por 20 anos.

–  Ter posição contra e a favor é natural, o que não podemos é proibir o debate – afirmou.