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A luz que se extinguiu

11/11/2016
A luz que se extinguiu

Charles Edison, filho de Thomas Alva Edison, escreveu muita coisa interessante a respeito da vida e dos inventos do seu pai. Ressaltou que seu genitor era homem de coragem incomparável, mas tinha grande inteligência aliada à humildade e à tenacidade.

   A despeito do horário de trabalho, encontrava tempo para pescar e brincar com os filhos, quando estes eram ainda crianças. Escreveu Charles Edison que seu pai não era, como muitos pensam, um cientista que trabalhava sozinho num laboratório. Com efeito, contratou mecânicos, químicos, matemáticos e outros, cujas aptidões pudessem concorrer para solução de grandes problemas.

   Thomas Edison trabalhava cerca de dezoito horas por dia. Consequentemente dormia poucas horas. Nem sempre se saiu bem com seus inventos. Algumas vezes fracassou, mas jamais entrou em desânimo. Não tinha ambição pelo dinheiro e, mesmo sabendo que precisava de dinheiro, para seus inventos e sua subsistência, não tinha ganância para acumular fortuna.

   Uma vez Thomas, observando que uma máquina, trituradora de minério, não dava o rendimento esperado, deu ordens ao operário para que aumentasse a velocidade do aparelho. O operário respondeu que não deveria realizar o que lhe fora pedido, uma vez que a máquina poderia rebentar. O patrão insiste. O maquinista obedeceu às ordens do patrão e avisou que a máquina estava funcionando, mas corria o risco de se despedaçar.

   A verdade é que, dentro de pouco tempo, ouviu-se grande estrondo e a máquina se transformou em vários pedaços. O maquinista perguntou depois ao patrão que conclusão ele tiraria daquele desastre. E Thomas Alva Edison,com ar sorridente, respondeu que poderia fabricar uma trituradora melhor e consequentemente aumentar a produção.

   O filho do grande inventor lembra que, numa noite friorenta de dezembro, ouviu-se um grito: Fogo! Era numa fábrica e grupos de bombeiros entraram em ação, mas era pequena a pressão de água e o calor era muito forte. E prossegue o narrador: “Como não via meu pai, comecei a preocupar-me. Ter-lhe-ia acontecido alguma coisa?”

   Eis que viu o pai que estava no pátio da fábrica, o qual foi em direção do filho, pedindo que chamasse a mãe, pois ela não podia perder a oportunidade de observar um fogo como aquele. Quando, às cinco e meia da manhã, o fogo foi debelado, disse o grande inventor: “Sobre as ruínas edificaremos mais e melhor”. Após isso, tirou o paletó enrolou-o para servir de travesseiro, colocou-o sobre uma mesa, inclinou a cabeça e adormeceu.

   Foi chamado o Mago de Mento Park. Por vezes se divertia com essa concepção, outras vezes se irritava. E dizia muitas vezes: “O gênio é um por cento de inspiração e noventa e nove por cento de transpiração”.

    Thomas Alva Edison estudou apenas 6 meses na escola, mas aos oito anos lia obras clássicas. Esse grande cientista recebeu várias homenagens. Uma delas foi pelo cinquentenario da lâmpada incandescente. Outra homenagem importante foi quando recebeu uma medalha de ouro, do Congresso dos Estados Unidos, como reconhecimento pelo conjunto de suas obras.

   E às 3 horas e 24 minutos de 18 de outubro de 1931, foi anunciado aos repórteres que “a luz se havia extinguido”.