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Calendário da Brexit será mantido, diz premiê britânica à União Europeia

04/11/2016
Calendário da Brexit será mantido, diz premiê britânica à União Europeia

A premiê britânica, Therese May, afirmou nesta sexta-feira (4) que mantém a previsão para dar início em março de 2017 aos trâmites para a saída da União Europeia. Ela afirmou estar confiante de que o seu governo irá ganhar o recurso na Alta Corte para poder acionar o artigo 50 do acordo de Lisboa sem o aval do parlamento britânico. Na quinta-feira (3), juízes decidiram que o governo não teria autonomia para fazer isso.

Ela se encontrou nesta sexta com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e da Alemanha, Angela Merkel.

A Justiça britânica avaliou que apenas o resultado do referendo de junho, que aprovou o afastamento do bloco europeu, não é suficiente para o governo dê início ao afastamento. 

Oficialmente, o plebiscito de junho não era “vinculante”, ou seja, ele não tornava obrigatória a decisão de sair do bloco europeu.

A decisão judicial divulgada na quinta-feira pode permitir que os parlamentares favoráveis à permanência tentem bloquear a saída do Reino Unido.

A maioria dos membros da Câmara dos Comuns (Câmara Baixa do Parlamento) fizeram campanha para que o Reino Unido permanecesse no bloco. Assim sendo, se a decisão for ratificada em apelação, ela pode abrir caminho para uma saída menos brusca ou até mesmo para um adiamento sobre o afastamento, segundo a France Presse.

Referendo
A saída do bloco econômico foi aprovada em um referendo em junho deste ano por mais de 1,2 milhão de votos de diferença. Porém, a disputa foi bastante acirrada. O “sair” venceu com quase 51,9% dos votos, com 17.410.742 votos a favor da saída contra 16.141.242 votos pela permanência.

Logo após o resultado do referendo, o país mergulhou em uma profunda crise política que provocou a queda do então primeiro-ministro, David Cameron, entusiasta defensor da permanência.

A discussão sobre a estratégia para se afastar do bloco começou a ser desenhada. De um lado, os britânicos querem manter o acesso ao mercado comum europeu, opção que enfrenta forte oposição dos outros países do bloco.