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Vídeo mostra estudante junto com autor do crime durante festa em SP

24/10/2016
Vídeo mostra estudante junto com autor do crime durante festa em SP

A estudante de direito Mariana Angélica, morta a tiros em festa universitária de São José dos Campos (Foto: Reprodução/Facebook)

A estudante de direito Mariana Angélica, morta a tiros em festa universitária de São José dos Campos (Foto: Reprodução/Facebook)

Um vídeo postado nas redes sociais e divulgado neste domingo (23) pelo Fantástico mostra a estudante de direito Mariana Angélica, morta a tiros pelo policial Wellington Landim durante uma festa de formandos em São José dos Campos (SP) no sábado, abraçada e cantando junto ao autor do crime momentos antes do assassinato.

O corpo da jovem de 22 anos foi enterrado neste domingo no cemitério Parque das Flores, na zona sul da cidade. O momento foi marcado pela comoção de familiares e amigos. Já o corpo do policial foi encaminhado para o Cemitério Municipal de Arantina (MG).

A jovem e o policial, que estava de folga, participavam de um churrasco pré-formatura no sábado (22) em uma chácara no bairro Vila Rossi, na zona norte da cidade. De acordo com informações de testemunhas, os dois teriam começado uma discussão e Welington acabou atirando contra a jovem. Ela morreu no local e, em seguida, o jovem se matou com um tiro.
O policial ao lado da estudante de direito durante a festa em SP (Foto: Reprodução/TV Globo)
Ameaças e medidas da Justiça
Os colegas disseram que eles foram namorados por três anos, só que no início deste ano eles terminaram o relacionamento e ela chegou a procurar a polícia para dizer que estava sendo ameaçada.

Em fevereiro, Mariana registrou uma ocorrência dizendo que pôs fim ao relacionamento, pois descobriu traições. Wellington também teria enviado uma mensagem para uma amiga do casal dizendo que ‘daria uns tiros nela’ e afirmando ‘tô na neurose com essa menina’.

Em abril, a Justiça expediu medida protetiva de urgência determinando que o militar não poderia manter contato com Mariana e nem ficar a uma distância menor de 300 metros da vítima e de parentes.

‘Brincadeira’
Segundo testemunhas que estavam no local, tudo aconteceu “muito rápido” e a cena do crime parecia “brincadeira” entre o casal. Outro vídeo enviado por um convidado ao aplicativo Vanguarda Repórter mostra os jovens da festa dançando. O convidado que fez a gravação não quis se identificar, disse que estava filmando o churrasco de maneira geral e foi embora antes do ocorrido.

No vídeo, Wellington aparece quase todo tempo de costas, vestindo uma camiseta cinza com uma estampa vermelha e azul, em referência à bandeira do Reino Unido. Segundo testemunhas, Mariana aparece um pouco atrás dele, de blusa preta e shorts jeans.

‘Não parecia real’
A jornalista Jéssica Magalhães, de 24 anos, presenciou a cena do crime. “Não parecia real, não teve grito, nem nada. Todos ficaram congelados, foi um momento de muito choque e só depois que a ficha caiu”, contou. Segundo ela, após a ação do policial, houve correria no local e os estudantes tentavam se acalmar até a chegada de equipes policiais e de socorro.

Uma estudante que estava na festa e também preferiu não se identificar afirmou que o crime aconteceu durante o encerramento do churrasco. “Tudo aconteceu do meu lado, vi a menina caindo no chão e depois ele atirando nele mesmo. Até falamos que era uma brincadeira sem graça, mas aí percebemos que não era, e bateu o desespero. Ninguém sabia se eles ainda estavam juntos ou não”, afirmou a estudante.

Investigação
Após o crime, equipes da polícia estiveram no local ouvindo seguranças e convidados do evento, colhendo informações sobre o caso. Segundo o boletim de ocorrência, os jovens chegaram juntos na festa e, durante a discussão, o policial, que estava de folga, efetuou dois disparos contra a estudante. Ele se matou em seguida. Um jovem de 22 anos foi atingido de raspão por resquícios das cápsulas disparadas pela arma de Wellington.

O caso foi registrado como homicídio, suicídio consumado e lesão corporal. Foi realizada perícia no local e exames necroscópicos e toxicológico no policial envolvido. A pistola utilizada na ação foi apreendida. A Polícia Civil ainda está investigando as causas do crime.

Outro lado
O advogado Jamil José Saab da empresa Atlas Imagem & Cia, uma das organizadoras da festa, disse que os seguranças pediram para o policial, que seria convidado da estudante, não entrar armado no local. O homem, porém, teria se recusado a deixar o revólver no carro, alegando que por ser policial, poderia permanecer armado no evento.