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Seduc promove Encontro Estadual de Educação do Campo até esta sexta-feira (7)

06/10/2016
Seduc promove Encontro Estadual de Educação do Campo até esta sexta-feira (7)
Encontro sobre Educação no Campo ocorreu com o intuito de orientar e mobilizar a comunidade escolar pela garantia dos direitos garantidos a este público. Valdir Rocha

Encontro sobre Educação no Campo ocorreu com o intuito de orientar e mobilizar a comunidade escolar pela garantia dos direitos garantidos a este público. Valdir Rocha

A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) promove até sexta-feira (7), no Centro de Formação Ib Gatto (Cenfor), no Cepa, o Encontro Estadual de Educação do Campo, com o intuito de orientar e mobilizar a comunidade escolar pela garantia dos direitos garantidos a este público.

Representantes da Undime [União dos Dirigentes Municipais de Educação], Universidades Federal e Estadual de Alagoas (UFAL e Uneal), Movimentos Sociais como MST, Sinteal (Sindicato dos Trabalhadores da Educação) e Fórum Permanente de Educação do Campo (Fepec) participam das discussões, envolvendo a atual conjuntura nacional até a Resolução Estadual Nº 40/2014, que traz a normativa, estruturação e organização da Educação Básica no campo.

De acordo com o técnico da Seduc responsável pela educação do campo, Raildo Ferreira, a discussão gira em todo da identidade e direitos aos estudantes camponeses, que, com a redução do número de escolas no campo e oferta de Ensino Médio na cidade, têm migrado para as escolas urbanas.

“O principal desafio, sobretudo dos nossos educadores, é entender que esta questão ultrapassa os limites geográficos. Não é rural e urbano e sim questão de identidade territorial do povo alagoano. Mesmo na cidade, deve ser contemplado no projeto político pedagógico da escola a educação do campo, contextualizar essa realidade”, destacou Ferreira, informando que após o encontro estadual serão realizados seminários em todas as Gerências Regionais de Educação (Geres).

Para a gerente de Diversidade da Seduc, Fátima Rebelo, o ponto chave desta questão é entender as características deste estudante.

“Este trabalho é um grande desafio, pois ainda são muitas as dificuldades enfrentadas pelos estudantes do campo para ter acesso à educação. Muitos ainda deixam a sala de aula em determinada época do ano, uns desistem de estudar e outros voltam à escola fora de faixa, além do preconceito ainda sentido pelo aluno do ‘sítio’. Estamos aqui para discutir, repensar e buscar a educação que a gente quer”, pontuou Fátima.

Identidade

Após o momento de ‘mística’, quando os participantes se apresentaram com canções em defesa do tema, representantes dos movimentos destacaram a importância do encontro.

“Cada um aqui é militante, revolucionário e sujeitos no processo de transformação. Eu, mesmo com idade avançada, não paro. É preciso que os educadores, juntos com a juventude, lutem pelos seus direitos. E nessa troca de experiências de hoje, quero sair com mais garra”, declarou o secretário do Meio Ambiente da Fetag [Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Alagoas] no evento, Pedro Lúcio Rocha.

Representando o MST, a educadora de jovens e adultos do assentamento Rendeira, no município de Girau do Ponciano, que abriga hoje cerca de 240 famílias, Maria Renilda de Souza, mais conhecida como ‘Nina’, também destacou a defesa da identidade como ponto forte deste encontro.

“Nasci praticamente no assentamento. Evolui no Movimento a partir das cirandas infantis, destinadas às crianças com até três anos e ainda sem idade para ingressar na educação infantil, a partir dos quatro anos. Sempre estudei nas escolas do assentamento, com a metodologia da cidade. Hoje já temos professores oriundos do próprio assentamento. Muitos jovens estão tendo oportunidade hoje. Mas há os que estudam na cidade, e precisamos garantir essa metodologia do campo lá também”, afirmou Nina.