Política

Família de Rui está no poder desde quando Brasil tinha rei

17/10/2016
Família de Rui está no poder desde quando Brasil tinha rei
Rui Palmeira (Foto: Ascom Semas)

Rui Palmeira (Foto: Ascom Semas)

Se for confirmado favoritismo de Rui Palmeira (PSDB) nas urnas de outubro, a família do atual prefeito completa um ciclo de 158 anos quase ininterruptos na política alagoana, sempre ao lado do poder, contando apenas os descendentes diretos do atual prefeito (excluindo tios e primos).

É tanto tempo que o primeiro ”Soares Palmeira” registrado na política alagoana-trisavô de Rui virou deputado provincial, em 1858, quando o Brasil nem era governado por um presidente da República: o rei Dom Pedro II.

E foi pelas mãos de Dom Pedro que Miguel Soares Palmeira, dono do Engenho Prata, em São Miguel dos Campos, virou o ”Barão de Coruripe”, em uma época em que os títulos eram comprados.

Bastava a posse de terras e uma fortuna em dinheiro.

O barão nasceu em 1830. Aos 28 anos, virou deputado provincial.

O bisavô de Rui era Miguel Soares Palmeira Júnior, filho do barão.

O jornal O Orbe, edição de 2 de setembro de 1887, publicou artigo de Miguel, em resposta a uma denúncia de O Gutemberg contra o barão: a questão envolvia uma escrava e uma preocupação para que a abolição no Brasil (que aconteceria um ano depois, em 13 de maio de 1888) não virasse ”anarquia” mas uma ”causa de abnegação, de verdadeira caridade”.

Entre os filhos de Miguel nasceu Rui Soares Palmeira, em São Miguel dos campos (2 de março de 1910). Chegou a ser senador e fundador do diretório estadual da UDN, com o fim do Estado Novo (acabou em 23 de outubro de 1945; o Brasil era governado por Getúlio Vargas) e senador.

Rui Palmeira gerou dois políticos de lados diferentes. Vladimir Palmeira, líder em 1968 da passeata dos 100 mil (maior protesto contra a ditadura logo após o golpe, em 1964) e Guilherme Palmeira, que foi o prefeito de Maceió, governador de Alagoas, senador, ministro do Tribunal de Contas da União.

Na ditadura, Guilherme e Divaldo Suruagy davam as cartas políticas em Alagoas. Guilherme mandava na Arena. Depois, a Arena virou PFL, e Guilherme seguiu a mudança.

O ciclo de Guilherme encerrou-se no TCU. Foi quando os Soares Palmeira voltaram para a política, com Rui, em 2007, na Assembleia Legislativa.