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Aiatolá do Irã pede a Ahmadinejad que não seja candidato a presidente
O líder supremo do Irã disse ao ex-presidente linha-dura Mahmoud Ahmadinejad que ele não deve concorrer novamente nas eleições do ano que vem, noticiou a mídia estatal nesta segunda-feira (26), o que elimina, na prática, um grande adversário do atual mandatário, o pragmático Hassan Rouhani.
Ahmadinejad não anunciou qualquer plano de se candidatar à votação marcada para maio, mas fez vários discursos nos últimos meses, despertando especulações a respeito de um retorno à política.
Comentaristas sugeriram que Ahmadinejad, que revoltou o Ocidente muitas vezes com sua retórica durante seus oito anos no cargo, teria dado aos conservadores iranianos sua melhor chance de retomar o poder.
Mas a instrução do aiatolá Ali Khamenei, relatada pela agência estatal de notícias Irna, de fato acaba com suas chances de angariar o apoio mais amplo de que necessitaria para fazer uma campanha bem-sucedida.
“Ele (Ahmadinejad) veio a mim e eu lhe disse para não concorrer, já que acho que não é de seu interesse nem do país”, disse Khamenei, segundo uma citação.
“Isso irá criar opostos bipolares e divisões no país, o que acredito ser prejudicial”, acrescentou Khamenei.
A popularidade de Rouhani aumentou depois do acordo fechado no ano passado com potências mundiais que levou à suspensão da maioria das sanções impostas ao Irã em troca de limites ao seu programa nuclear.
Outro rival em potencial – o comandante da Guarda Revolucionária, Qassem Soleimani, a figura mais proeminente na luta contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria – disse neste mês que não irá concorrer.
Ahmadinejad foi eleito presidente pela primeira vez em 2005. Sua vitória contestada na eleição de 2009 desencadeou as maiores manifestações da história da República Islâmica e uma operação de repressão durante a qual várias pessoas foram mortas e centenas foram presas.
A lei iraniana impede que um presidente se candidate a um terceiro mandato consecutivo, mas Ahmadinejad teria podido concorrer novamente devido ao intervalo representado pelo mandato de Rouhani.
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