Brasil
Vídeo com jovem e assessor de Feliciano muda a investigação
Vídeos de segurança de um hotel mudaram a investigação envolvendo uma jornalista e o chefe de gabinete do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP). Segundo a Polícia Civil, as imagens derrubaram a versão de Patrícia Lelis de que foi feita refém por Talma Bauer, assessor do parlamentar, entre o fim de julho e o começo deste mês.
A acusação era de que Bauer ameaçou a jovem de 22 anos e a manteve em cárcere privado em um quarto do Hotel San Rafael, no Largo do Arouche, no Centro de São Paulo, para obrigá-la a recuar na denúncia de estupro que ela fez contra o deputado, supostamente ocorrida em Brasíliano dia 15 de junho. Por ter foro privilegiado, a polícia paulista não investiga Feliciano.
Dessa forma, a veracidade ou não das acusações de assédio não foi nem será questionada pelos policiais de São Paulo, que apuram apenas as ameaças e o cárcere privado relatado pela jornalista em São Paulo. Patrícia também esteve nesta semana no Senado, onde acusou Feliciano de abuso sexual. O deputado nega as acusações.
O G1 não localizou a jornalista ou a defesa dela para comentar a mudança nas investigações com os vídeos encontrados pela polícia no hotel onde ela ficou hospedada em São Paulo.
O primeiro vídeo, registrado no fim da tarde de 30 de julho, mostra Bauer, o assessor de Feliciano, e a jovem no lobby do hotel. Eles se abraçam na recepção. Nas outras imagens, feitas em 4 de agosto, a jornalista aparece abraçada a um amigo no sofá na área comum do estabelecimento. Ao lado deles está o assessor de Feliciano falando ao celular.
Com base nesses vídeos e em áudios entregues à polícia, o delegado Luís Roberto Hellmeister disse na quarta-feira (10) que vai investigar se a jornalista cometeu falsa comunicação de crime e extorsão. Na sexta (5), Patrícia foi a uma delegacia no Centro de São Paulo e registrou boletim de ocorrência contra Bauer. Na segunda-feira (8), o delegado já havia descartado a hipótese de que a jornalista havia sido mantida refém no hotel com base nas imagens.
Após analisar as imagens e áudios sobre o caso, o delegado passou a duvidar também da conduta da jornalista. “Ela passa a ser investigada. Ela mentiu para burro aqui”, afirmou.
Segundo o policial, antes do encontro no hotel onde supostamente foi vítima de Bauer, Patrícia foi ao shopping fazer maquiagem e compras e foi para a Avenida Paulista passear com o namorado. Ele também recebeu fotos da jornalista em uma churrascaria com Bauer, aparentemente conversando com o chefe de gabinete de Feliciano.
Liberado
Bauer foi detido na sexta-feira (5) e liberado horas depois. Ao sair da delegacia, em entrevista à TV Globo, o assessor disse que tinha ido prestar esclarecimentos “sobre uma menina que veio fazer uma falsa comunicação de fatos”. “Isso me parece que é uma perseguição política. As esquerdas estão aí, querendo derrubar todo mundo, mas nós estamos firmes, com Jesus venceremos”, disse Bauer.
Em depoimento à Polícia Civil, Patrícia disse que durante a semana que permaneceu no hotel em São Paulo, Talma Bauer foi a seu encontro algumas vezes e, com uma arma na cintura, teria dito que se ela não voltasse atrás nas denúncias sobre o deputado Feliciano, poderia ocorrer um “mal maior” com ela.
Após a denúncia feita pela jornalista, o delegado Luiz Roberto Hellmeister chegou a dizer que iria pedir a prisão de Talma por sequestro, coação e ameaça (assista abaixo ao vídeo com entrevista do delegado).
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