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Diretor estima 6000 exames de doping nos Jogos e avisa: “Não tentem burlar”
Em coletiva realizada na UFRJ nesta quarta-feira, o diretor do LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem), Francisco Radler, garantiu que o laboratório está preparado para lidar com quaisquer tentativas de doping por parte dos atletas que participam da Olimpíada do Rio de Janeiro. Segundo ele, são esperados cerca de 6000 testes durante toda a competição e, estatisticamente, cerca de 1% desses exames costumam apresentar resultados positivos. E fez um alerta aos atletas: “Não tentem burlar o sistema”.
Perguntado sobre se preferia ter muitos resultados positivos e comprovar a eficiência do LBCD, ou não ter nenhum resultado positivo, e ver recair sobre sua equipe uma suspeita de falta de eficiência, Radler reagiu com bom humor.
– Esta é uma espécie de escolha de Sofia (risos). Mas nós não temos nenhuma insegurança ou dúvida sobre a nossa capacidade ou o nosso preparo. Acho extremamente desagradável e constrangedora ter que comunicar um resultado positivo de doping, porque sei que o nosso trabalho bem feito pode ser usado para acabar com a carreira e até com a vida de um atleta. Portanto, sabendo da nossa capacidade e tendo total certeza da nossa competência, e não tendo que provar nada a ninguém, eu espero que não haja nenhum resultado positivo e que tenhamos os Jogos mais limpos da história.
Segundo o diretor, o laboratório possui cerca de 400 pessoas trabalhando, entre membros fixos, temporários, voluntários e especialistas internacionais que vieram especificamente para ajudar no controle de dopagem da Olimpíada. Esse volume de pessoas se dá por uma razão importante: segundo Radler, nenhum laboratório no mundo está preparado, usando apenas a sua estrutura, para suportar o volume de trabalho de uma Olimpíada.
– O laboratório tem um contingente, entre membros permanentes e voluntários compulsórios, 150 pessoas, mais os 90 especialistas internacionais que virão nos auxiliar, e também o sistema de retaguarda estrangeira por parte das empresas que dão suporte aos equipamentos, que exigem uma qualidade muito grande. Além deles, também teremos o suporte brasileiro de suporte, mais alimentação, limpeza e estrutura, o que soma cerca de 400 pessoas. É importante lembrar que não há laboratório de controle de dopagem no mundo que esteja preparado para os Jogos Olímpicos. Esse evento exige no mínimo dez vezes a capacidade de trabalho de um laboratório moderno. Por isso foi necessário que o prédio inteiro do LADETEC fosse incorporado, e isso tornou suficiente a estrutura para atender aos Jogos Olímpicos. Após, ele voltará ao seu conceito original. Houve também a contratação de profissionais concursados que foram intensamente treinados nos últimos três anos. Fizemos 55 missões no exterior, em mais de 500 dias de trabalho para a obtenção e aprimoramento do conhecimento.
Segundo o chefe do controle de dopagem da Olimpíada, o LBCD está apto a detectar até 500 substâncias proibidas em uma única coleta de amostras de sangue e/ou urina dos atletas.
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