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Deixar de fumar é sinônimo de decisão, paciência, persistência e amor à vida

30/08/2016
Deixar de fumar é sinônimo de decisão, paciência, persistência e amor à vida
Especialista adverte que deixar o vício na maioria das vezes ocorre, infelizmente, como uma medida de extrema necessidade para a manutenção da vida. (Foto: Olival Santos)

Especialista adverte que deixar o vício na maioria das vezes ocorre, infelizmente, como uma medida de extrema necessidade para a manutenção da vida. (Foto: Olival Santos)

Querer parar de fumar é o primeiro passo para todos aqueles que desejam se libertar do vício. É desse princípio que parte o pneumologista do Hospital Geral do Estado (HGE) de Alagoas, Luiz Cláudio Bastos, quando questionado sobre o assunto, tema dialogado durante palestra alusiva à semana que reforça a campanha de combate ao fumo.

“A pessoa tem que querer parar de fumar. Ela tem que perceber que o vício está fazendo mal, compreender que necessita largá-lo e não consegue. Somente a partir daí que ela vai buscar e encontrar forças para vencer esse mal”, afirmou o pneumologista. Segundo ele, a doença cuja problemática está na dependência da nicotina, pode gerar mais de 50 doenças, muitas delas graves.

“É um problema coletivo e não apenas individual dos próprios fumantes, uma vez que todos são atingidos, diretamente ou indiretamente, por suas consequências. Cinco milhões de mortes no mundo anualmente ocorrem devido a doenças relacionadas ao tabaco. Mesmo assim, entre os países produtores do tabaco, o Brasil ocupa o quarto lugar e é o maior exportador do mundo”, informou Luiz Cláudio Bastos.

Deixar o vício na maioria das vezes acontece, infelizmente, como uma medida de extrema necessidade para a manutenção da vida. Um desses casos é da técnica de enfermagem Maria José dos Santos Salazar, que necessitou interromper o ato durante as gestações e amamentações.

“Mas depois que terminei as amamentações, voltei ao vício. Foi quando precisei fazer uma cirurgia no dente e eu fui avisada que não podia fumar após o procedimento por um tempo. Como eu já vinha pensando em parar mais uma vez, agora pelo ambiente familiar, eu encontrei mais uma motivação. Fiz a cirurgia e passei cinco dias sem fumar. Então pensei: ‘se fiz cinco dias sem cigarro, consigo mais cinco’. E assim foi até eu perceber que não precisava mais da droga”, relatou a ex-fumante.

Recomendações

O método adotado pela técnica de enfermagem deu certo e também é indicado pelo pneumologista do HGE. “Eu tenho três recomendações aos fumantes que querem deixar o vício. A primeira é eliminar tudo o que dá vontade de fumar, por exemplo: se o cafezinho te estimula, deixe-o. A segunda é planejar um dia em determinado mês para iniciar o processo, a partir desse dia se você fuma uma carteira por dia, passa agora a fumar metade dela; no outro mês a quantidade cai pela metade; e assim em diante”.

Ainda segundo o médico Luiz Cláudio, “a terceira é perceber o tempo de intervalo entre as suas tragadas, vou explicar: se você acorda, toma banho, escova os dentes, faz o desjejum e só depois fuma, então agora você vai deixar para fumar só quando chegar ao trabalho; depois só no intervalo do trabalho; depois só no almoço; e assim os intervalos aumentam sucessivamente até o cigarro ser eliminado de sua rotina”, aconselha.

O tabagismo, de acordo com o médico, costuma iniciar-se na adolescência devido à vulnerabilidade dessa fase, depois ele passa a ser eventual e com a continuidade do uso transforma-se em dependência. Geralmente ele ganha espaço na vida de pessoas inseguras, com baixa autoestima e outros problemas psicológicos e comportamentais.

“O apoio da família e pessoas próximas é de extrema relevância ao fumante, pois serão eles que precisarão ter sabedoria para ajudar durante as crises de ansiedade, insônia e até agressividade. Sugiro que ponham em mente que é uma limpeza em todos onde serão eliminados, ou diminuídos, os riscos futuros de vários tipos de câncer, doenças cardiovasculares, doenças gastrointestinais, doenças bucais, distúrbios reprodutivos e outras consequências, como: menopausa precoce, osteoporose, catarata, rugas cutâneas prematuras e agravamento do hipotireoidismo”, enfatizou o pneumologista do HGE.