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Bordado Filé recebe selo de Indicação Geográfica e fomenta produção artesanal

03/08/2016
Bordado Filé recebe selo de Indicação Geográfica e fomenta produção artesanal
Certificação, resultado de trabalho realizado pela Sedetur em parceria com o Sebrae-AL, reconhece filé como artesanato genuinamente alagoano. André Palmeira

Certificação, resultado de trabalho realizado pela Sedetur em parceria com o Sebrae-AL, reconhece filé como artesanato genuinamente alagoano. André Palmeira

Alagoas recebe nesta quinta-feira, 04, o primeiro Certificado de Indicação Geográfica (IG) para um produto artesanal. Articulado pela Sedetur e pelo Sebrae-AL, o selo representa o reconhecimento da qualidade e originalidade do bordado filé produzido no Estado. O evento para entrega oficial da certificação acontece na Associação Comercial de Maceió, às 8h30, e contará com a presença da primeira-dama Renata Calheiros e do secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Helder Lima.
Na prática, a certificação agrega valor ao bordado filé, indicando que o Estado de Alagoas é especializado nessa produção e por isso a disponibiliza com qualidade diferencial.

Compreendendo uma área de 252 km² em torno dos municípios de Maceió, Marechal Deodoro, Pilar, Santa Luzia do Norte, Coqueiro Seco e Satuba, a região, que é reconhecida como o berço do bordado filé em Alagoas, recebeu o certificado em nome do Instituto do Bordado Filé das Lagoas de Mundaú-Manguaba.

O selo, concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), também pode ser adquirido por todas as artesãs da área das lagoas Manguaba e Mundaú, desde que o produto esteja de acordo com os critérios estabelecidos – uma espécie de guia composto com informações do filé alagoano, tipos de pontos, critério para inovação, especificações da malha e suas composições.

Para a artesã presidente do Inbordal, Petrúcia Lopes, o selo é o reconhecimento do trabalho realizado. “O certificado resgata a história do nosso filé e traz uma gama de benefícios estruturais – melhoria nas embalagens, na qualidade dos fios e cores – além do aspecto cultural, que eleva o nosso trabalho”, disse Petrúcia.

De acordo com o Secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Alagoas, Helder Lima, a certificação também fomenta a produção do bordado no Estado.

“O artesanato já se mostrou fundamental para o desenvolvimento local e sustentável. O papel do Estado é também o de fomentar a arte feita à mão de Alagoas, colaborando efetivamente para agregar valor aos nossos produtos, aperfeiçoá-los de modo que se tornem, além de singulares, competitivos no cenário das artes, e o selo de Indicação Geográfica dá um passo nesse sentido”, explicou Helder Lima.

O Filé
É na beira das lagoas Mundaú e Manguaba que as filezeiras combinam os pontos que fazem do filé um bordado único. De colorido intenso, o bordado alagoano que ganhou o mundo é também uma herança passada entre gerações.

Mais do que um artefato popular, o filé se transformou em um produto comercial. O Instituto Bordado Filé hoje participa de rodadas de negócios, possui clientes fixos dentro e fora do Estado e recebe encomendas todos os meses.

O Catálogo do Artesanato, produzido pela Sedetur e que inclui todas as entidades representativas do bordado filé, visa facilitar a ponte entre artesãos e lojistas, aproximando o público das peças e trazendo a história por trás de cada obra.

O material conta com informações sobre todas as tipologias artesanais do Estado, pontuando a relação de seus trabalhos com suas regiões de origem, e foi distribuído para galerias de arte de todo Brasil, além de lojas e formadores de opinião. O catálogo está, também, disponível para download, no endereço sedetur.al.gov.br.