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Alagoano comanda Batalhão de pronta resposta ao terrorismo na Rio 2016

05/08/2016
Alagoano comanda Batalhão de pronta resposta ao terrorismo na Rio 2016
O BPR, unidade especializada que fará frente a eventuais casos de ataques terroristas durante as olimpíadas. (Foto: Arquivo Pessoal)

O BPR, unidade especializada que fará frente a eventuais casos de ataques terroristas durante as olimpíadas. (Foto: Arquivo Pessoal)

Dias depois de a Polícia Federal brasileira prender um grupo de supostos terroristas em 21 de julho, o governo francês desmentiu a existência de qualquer plano de ataque terrorista durante os jogos da Rio 2016. Mesmo assim, em tempos de atentados em massa, eventos de grande porte não escapam do clima de tensão, justificando um aparato especializado para ações contra grupos terroristas nos jogos olímpicos que começam oficialmente nesta sexta-feira (05).

Na Rio 2016, a missão de comandar essa tarefa é de um alagoano. Natural de Maceió, o tenente-coronel da PM, Pedro Jorge Buarque Moura, comanda o Batalhão de Pronta Resposta, o BPR, unidade especializada que fará frente a eventuais casos de ataques terroristas durante as olimpíadas, uma espécie de “Bope” dentro da Força Nacional. Sniper militar, o currículo desse alagoano de 44 anos inclui experiências como técnico explosivista e comando de operações pacificadoras no Rio de Janeiro.

O TNH1 conversou com exclusividade com militar, que fala sobre sua trajetória na polícia alagoana, e explica seu trabalho à frente de uma das tarefas mais complexas de sua carreira, e da própria segurança nos jogos que acontecem no Rio de Janeiro.

“Somos a frente que dará a primeira resposta a qualquer incidente terrorista nas instalações de competição, local onde ocorrerão os Jogos”, explica.

“Existe um Centro Integrado de Comando e Controle, o CICC. Dentro dele foi criado um Centro Integrado de Operações Especiais, o CIOEsp, o qual cuida das possíveis intervenções de tropas Especiais caso haja algum atentado. É nele que estou”, explica.

Assim como a estrutura dos jogos, os números do BPR são grandes, com cerca de 800 homens sob o comando de Pedro Moura. O crachá com a tarja preta lhe garante acesso irrestrito à toda a área da Rio 2016.

“O batalhão abriga três companhias de choque, um esquadrão de bombas, 8 células de intervenção tática, uma equipe de negociadores e 60 motociclistas militares, além de cães de faro em explosivos e de guarda”, conta Moura.

AMEAÇAS DE TERRORISMO

Sobre o clima de tensão, o tenente-coronel afirma o monitoramento é de 24/7, ou seja, 24 horas, os 7 dias da semana.

“Na verdade as coisas estão controladas. Estamos em total estado de alerta, assim como estaríamos em qualquer evento que nele participem vários países. Trata-se de uma olimpíada, um evento dessa magnitude precisa desse suporte”, afirma.

“Tudo aqui está sendo monitorado 24/7, ou seja, todos os dias da semana. Nos dias de hoje, em qualquer país que seja realizado um evento desse nível, existe certa tensão”, pondera.

MARATONAS DE RUA SÃO AS PROVAS MAIS PERIGOSAS

A parte mais complexa para o monitoramento da segurança numa olimpíada, assegura Pedro Moura, são as maratonas de ruas, por serem provas externas.

“Teremos uma prova de 249 km de ciclismo de rua, maratona, triátlon. É onde o risco é de 100 por cento”, avalia.

PREPARAÇÃO PARA A RIO 2016

Para um evento da magnitude de uma olimpíada, além da experiência de mais de duas décadas em operações policiais, o tenente-coronel Pedro Moura e sua equipe se preparam em cursos na área de contraterrorismo com as Forças Especiais Americanas.

“Ainda fizemos exercícios junto à Brigada de Operações Especiais do Exército Brasileiro, em Goiânia”, contou.

COMO ELE CHEGOU LÁ?

Até chegar ao comando do BPR na Rio 2016 o coronel Pedro Moura trilhou um caminho digamos, quase olímpico, incluindo o comando de operações pacificadoras no Morro Santo Amaro, no Rio de Janeiro. Na PMAL ele completará 25 anos em 2017.

“Em 1993 após prestar concurso público, ingressei na Academia de Polícia Militar , onde após três anos fui declarado Aspirante. Em 1996 fui indicado para frequentar o Estágio de Adaptação e Operações em Área de Caatinga, no 72º Batalhão de Infantaria Motorizado do Exército Brasileiro em Petrolina. No mesmo ano, fui promovido ao posto de 2º Tenente”, conta, relembrando outras atividades ainda em território alagoano.

No currículo tem ainda o feito de ter sido o primeiro Oficial a receber a medalha do Mérito Operacional da PM de Alagoas, em 2014 e único, na ativa, a possuir o curso de operações especiais, realizado no Rio de Janeiro; formação que ficou famosa no país após o filme ‘Tropa de Elite”.

“Em 1996 fui lotado no Batalhão de Choque a época como sub comandante da companhia de Operações Especiais. Naquela época não tinha BOPE. Em 1997, já era instrutor do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças, escola onde formamos os militares (soldados e sargentos). No mesmo ano, fui indicado para fazer uma especialização em Direitos Humanos”, afirma o ten cel.

Fonte: TNH1