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Terceiro suspeito preso dá detalhes do assassinato de Abinael, em Maceió

13/07/2016
Terceiro suspeito preso dá detalhes do assassinato de Abinael, em Maceió
Abinael Ramos foi morto a mando do próprio amigo, (Foto: Arquivo Pessoal)

Abinael Ramos foi morto a mando do próprio amigo, Ericksen Dowel. (Foto: Arquivo Pessoal)

A terceira pessoa presa suspeita de participação na morte do gestor de Marketing Abinael Ramos Saldanha, apresentada pela Secretaria da Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL) nesta quarta-feira (13), contou detalhes do crime. Deivisson Bulhões da Rosa Santos, 30, disse que estava com outras duas pessoas no momento que Saldanha foi baleado e morreu.

Santos contou que foi contratado por Ericksen Dowel da Silva Mendonça, apontado como mandante do crime, que está preso. Ele disse que participou do assassinato junto com o vizinho Jalbes Ferreira da Silva, que também já estava preso.

“A vítima passou no sinal. Saímos na frente. Paramos em uma rua. O Erickson saiu do veículo e ficou esperando ele (Abnael) na principal. Na hora que o rapaz passou, ele parou e entrou na rua. Eu entrei no carro, o rapaz abordou ele, entramos no caro e saímos”, contou.

Ele disse que os últimos momentos estava em silêncio e que não falou nada ao chegar no matagal. Que só dirigiu o carro e que quem atirou foi Silva. “Eu falei com o delegado, ajudei em tudo e estou aqui para ajudar”, falou, ao dizer que está arrependido de ter participado do crime. “Eu não sou assassino”.

A Polícia Civil informou que concluiu o inquérito sobre o assassinato. A vítima morreu a mando do colega de trabalho Ericksen depois de descobrir que ele havia feito um desfalques de R$ 12 a R$ 15 mil na empresa, segundo o inquérito. A polícia não descarta também que o crime tenha sido motivado por ciúmes porque o mandante queria assumir o cargo da vítima na empresa.

Durante a coletiva, o delegado Ronilson Medeiros, responsável pelo inquérito,  informou que outro suspeito está foragido. Ele seria Jonathan Barbosa de Oliveira, que esteve no local do crime e deu cobertura para Jalbes e Deivisson.

O crime
Abinael foi morto em junho deste ano. Ele desapareceu no último dia 15, e o corpo só foi encontrado uma semana depois em um canavial de Rio Largo, município da Região Metropolitana de Maceió. O caso comoveu o estado.

Durante as buscas pelo jovem, as investigações levaram à prisão de duas pessoas Ericksen e Jalbes. A polícia afirma que o assassinato foi encomendado por R$ 6 mil.

O delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, informou à epoca das primeiras prisões que não havia dúvidas da participação dos suspeitos.

“Não há como a defesa alegar que não  houve [crime] porque temos o passo a passo com todas as informações provadas”, disse o delegado.

O delegado Ronilson Medeiros disse que um aparelho de celular foi a melhor prova para se chegar até os suspeitos. “Ele [Abinael] saiu falando com Reginaldo no telefone. Esse Reginaldo é de Sergipe e trabalha na empresa dele. Levaram o telefone do Abinael e o veículo. Percebemos que o aparelho foi desligado 10 min depois que ele falou com o Reginaldo, e no dia seguinte estava com outro chip”.

Ainda segundo o delegado, o aparelho foi localizado com um receptador que apontou Jalbes como envolvido no caso. Ele foi preso no dia 20 e confessou o crime apontando o Dowel como mandante.

O suspeito de encomendar a morte de Abinael era um grande amigo dele, e até colaborou na campanha que a família fez para localizá-lo após seu desaparecimento, segundo informou ao G1 o irmão da vítima, Walley Ramos Saldanha.

“Ele tinha convivência com meu irmão, mas a família não tinha muito contato com ele. Os dois se conheciam há muito tempo, tinham amigos em comum. O Ericksen levou meu irmão para a igreja, apresentou a Kelly [noiva de Abinael] para ele. Até semana passada, a amizade só fazia crescer”, relata Walley.

Ainda segundo ele, quando a família percebeu o desaparecimento de Abinael, Ericksen ajudou nas buscas. “Ele esteve com a gente, foi na casa da minha avó, distribuiu panfletos no primeiro dia”, afirma.