Geral

Plano Estadual de Oncologia vai qualificar assistência aos usuários do SUS

11/07/2016
Plano Estadual de Oncologia vai qualificar assistência aos usuários do SUS
Plano Estadual de Oncologia contou com a colaboração de técnicos especializados, sendo discutido em todas as instâncias necessárias. (Foto: Carla Cleto)

Plano Estadual de Oncologia contou com a colaboração de técnicos especializados, sendo discutido em todas as instâncias necessárias. (Foto: Carla Cleto)

O câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se para outras regiões do corpo. Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que, este ano, devem ser registrados 3.500 novos casos da doença em Alagoas. Pensando nisso, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) lançou, na quinta-feira (7), o primeiro Plano Estadual de Oncologia, cujo propósito é efetivar as ações de prevenção, diagnóstico, tratamento e cuidados paliativos a pacientes com câncer.

Segundo a secretária de Estado da Saúde deAlagoas, Rozangela Wyszomirska, a efetivação do Plano irá representar um grande avanço para os alagoanos que são acometidos pela doença. “O nosso compromisso é exclusivamente com os milhares de usuários que têm o SUS [Sistema Único de Saúde] como único mecanismo para realizar o diagnóstico precoce e tratamento de um tipo de câncer. Cidadãos que pagam impostos e devem receber atenção integral em um momento dramático e doloroso, como o vivenciado ao receber o diagnóstico de um câncer”, garantiu.

Elaborado em consonância com a Portaria 140 do Ministério da Saúde, de 27 de fevereiro do ano passado, o Plano Estadual de Oncologia contou com a colaboração de técnicos especializados, sendo discutido em todas as instâncias necessárias, além de contar com o assessoramento do Ministério da Saúde. A portaria especifica o número de procedimentos a serem realizados mensalmente pelos Centros de Atenção em Oncológica (Cacons) e pelas Unidades de Atenção Oncológicas (Unacons), que devem ser, no total, 500 consultas especializadas, 640 exames de ultrassom, 160 endoscopias, 240 colonoscopias e retossigmoidoscopias, além de 200 exames de anatomia patológica.

De acordo com Heloísa Bandini, assessora técnica de Atenção Primária e Ações Estratégicas da Sesau, o Plano Estadual de Oncologia vai melhorar e ampliar o atendimento à população. Dessa forma, o paciente não precisa gastar tanto tempo em busca do exame. “Antes, o que acontecia, era de o paciente ter uma suspeita e, logo em seguida, procurar na rede de atendimento os exames para ter o diagnóstico em mãos.

De tal modo, o tratamento era iniciado nos Cacons ou nas Unacons. Agora tudo muda. Com a suspeita de câncer realizada pela Atenção Básica, o paciente já é encaminhado para os Cacons ou Unacons, onde irá realizar o diagnóstico e, caso seja confirmado, ele permanece num desses locais. Do contrário, ele volta à rede para seguir o atendimento normal”, explicou.

Investimento e encaminhamento – Além de todo o dinheiro que o Estado já vinha investindo, tanto da parte do financiamento estadual, por meio dos recursos federais, quanto dos investimentos para o município, haverá um incremento de R$ 19,5 milhões por ano, somente para área oncológica, para que os Cacons e as Unacons tenham condições de desenvolver suas tarefas com qualidade e eficiência.

“Todos os pacientes após terem a suspeita de câncer evidenciada na Atenção Básica, serão encaminhados para o diagnóstico e tratamento nos Cacons e Unacons. Por exemplo: a Atenção Básica de Pariconha suspeitou que um paciente esteja com um tumor cancerígeno. Logo, ele será encaminhado para as Unacons de Arapiraca (Hospitais Afra Barbosa e Chama). A mesma coisa com um paciente de Penedo, que será encaminhado para os Cacons e Unacons de Maceió (Santa Casa de Maceió, Hospital Universitário e Hospital do Açúcar)”, explicou Heloísa Bandini.

Cânceres que mais matam – Os tipos de câncer que mais matam alagoanos são os de mama, colo de útero, pulmão e fígado. “Mas, os mais incidentes entre as mulheres ainda são o câncer de colo e o de mama. São os tipos de câncer que conseguimos rastrear e assegurar o tratamento o mais rápido possível”, disse. Quanto aos homens, o fígado vem primeiro e, depois, o de próstata.

“Temos todo um espectro de faixa etária, mas em torno dos 40 é onde observamos uma incidência maior, tanto em homens quanto em mulheres. De forma geral, temos pacientes muito jovens com casos de câncer muito agressivos, assim como temos pacientes idosos com câncer menos agressivo, onde eles alcançam uma sobrevida um pouco mais longa. Isso varia muito”, salientou a assessora técnica de Atenção Primária e Ações Estratégicas da Sesau.

Os tipos de câncer que aparecem em crianças e adolescentes são diferentes dos que acometem os adultos. O mais comum é a leucemia. E, embora existam exceções, os cânceres infantis respondem bem à quimioterapia, que costuma ser bem tolerada pelas crianças. Mas, como a quimioterapia tem efeitos de longo prazo, crianças que passam pelo tratamento precisam ter acompanhamento pelo resto da vida.