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Crônicas aos Sábados

09/07/2016
Crônicas aos Sábados

Chega-me às mãos, exemplar do livro CRÔNICAS AOS SÁBADOS de autoria do renomado neurocirurgião Ronaldo Mendonça, inquilino da Casa de Demócrito Gracindo, articulista de escol da Gazeta de Alagoas. Filho do saudoso médico José Lopes de Mendonça, que, por sinal, privei de sua fidalga amizade quando dirigia com zelo/competência sua Casa de Repouso encravada no tradicional bairro de Bebedouro.

Diga-se, de passagem, originado do curso de Latim promovido pela Academia Alagoana de Letras sob a batuta do exímio latinista Aloysio Américo Galvão que, na década de sessenta, dirigia com muita propriedade o Colégio Estadual de Alagoas, cognominado a Sorbone caeté. À época, fui seu discípulo onde aprendi a ser disciplinado, e, sobretudo, o vernáculo herdado de Camões e Bilac.

Dir-se-ia que o autor nas suas múltiplas atividades a serviço da medicina, sobra-lhe tempo a fim de se dedicar às letras e, por isso, tornou-se um homem público probo,voltado às coisas do nosso Estado de Alagoas. Tem seus escritos inseridos no matutino criado pelo pernambucano Luiz Magalhães da Silveira em 1934. Antes, porém, em 1908 criara o extinto Jornal de Alagoas para combater a Oligarquia dos Malta. E, dessa forma, seus conceituados artigos refletem in loco o cotidiano alagoano e, porque não dizer, o panorama nacional no que diz respeito a desastrada classe política.

Por outro lado, tornou-se um andarilho do Velho Mundo à procura de novas emoções com o propósito de subsidiar sua reflexão literária onde conquistou, por merecimento, uma cadeira na maior Academia das Alagoas. E, por conseguinte, desfruta de admiração/apreço de seus pares. É deveras um exercício de leitura acurada às suas andanças literárias aos sábados.

Uma orelha do livro é de autoria da emérita Mestra da Ufal Renira Lisboa de Moura Lima e, por essas razões, disseca com maestria a obra, bem como o escritor consagrado no seu tempo.” Alegrou-me o fato de ter eternizado essa experiência semanal vivida ora na Academia Alagoana de Letras, ora na ALMAGIS, transformando-a num título, não só de um dos textos – o primeiro -, mas também de toda a coletânea em que se organizam, cronologicamente, as crônicas publicadas em 2007, também aos sábados.”

A outra, por sua vez, ficou a cargo do preclaro causídico Cláudio Vieira, colega de curso que originou o livro. “ Pontes de Miranda, em seu À Margem do Direito, revelou-nos observação de Esquirol, segundo a qual ‘ o homem é uma máquina nervosa, governada por um temperamento escrava das alucinações, tendo a sensibilidade como virtude ‘. E, portanto, concluiu: “ Ronald Mendonça é essa máquina nervosa na sua calma inquietude intelectual, temperamento humanista e, também, escravo dos seus sonhos, revelados semanalmente em crônicas virtuosas”.

Na qualidade de presidente da Associação Alagoana de Imprensa, criada em 13 de junho de 1931, tenciono outorgar ao doutor Ronald Mendonça a Comenda Doutor Ib Gatto Falcão pelos seus relevantes serviços prestados à sociedade alagoana. Como não o conheço pessoalmente, gostaria através desta crônica convidá-lo para concretizar o meu propósito. Basta tão- somente, manter contato com minha pessoa.

Iniciei minha trajetória jornalística no extinto Jornal de Hoje, de propriedade do saudoso Dr. Jorge Assunção nos idos de 1972. Depois, passei a colaborar no também extinto Jornal de Alagoas. Hoje, mantenho colunas da AAI nos Semanários Tribuna do Sertão/ A Notícia/ Alagoas em tempo do primo Aldo Veiga, bem como na Tribuna Independente onde faço comentários de livros que os recebo na sede da entidade que dirijo. Às vezes, envio ao Jornal de Alferrarede que se situa na terra de Camões/Fernando Pessoa, artigos versando sobre a derrocada do Congresso Nacional.

Por essas razões, sou apaixonado pelo gênero literário – crônica – que, segundo o desembargador emérito Antonio Sapucaia, “ é a minissaia da literatura”. Optei a escrever crônicas por falta de habilidade para idealizar romances/ contos. E, dessa forma, sou um admirador daqueles que as escrevem com propriedade feito o Dr. Ronald Mendonça.

] “ O Latim aos Sábados, com ligeiras correções, é uma coletânea de artigos publicados na Gazeta de Alagoas durante o ano de 2007. Fiz questão de seguir a mesma ordem de publicação. Parte do material é, na verdade, uma reflexão, uma espécie de interpretação de fatos que ocorreram no País e em Alagoas naquele ano, sob uma despretensiosa ótica. A denominação – título de um dos textos – é uma moesta homenagem ao Prof. Aloysio Américo Galvão, um dos maiores educadores que este Estado já conheceu”.Felicito o autor pela feliz iniciativa.