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Política pública é fundamental no tratamento da dependência química

27/06/2016
Política pública é fundamental no tratamento da dependência química
Anjos da Paz auxilia no acolhimento de dependentes químicos. (Foto: Neno Canuto)

Anjos da Paz auxilia no acolhimento de dependentes químicos. (Foto: Neno Canuto)

O dia 26 de junho foi marcado, em todo o mundo, pelo combate ao tráfico e consumo de drogas. A construção de uma política pública sólida neste setor é imprescindível para reverter o quadro atual de violência que atinge a população no país. Em Alagoas, a Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev) vem reforçando a sua atuação, sobretudo no âmbito dos principais eixos que compõem esta política: prevenção, recuperação e reinserção social.

No cenário nacional, o principal instrumento normativo sobre o tema é o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Lei 11343/06), que estabelece as normas para o tratamento de usuários e dependentes de substâncias ilícitas e para a repressão à venda ilegal, além de tipificar crimes ligados à droga, com suas respectivas penalidades.

Grande parte dos especialistas do tema englobam em seus estudos a prevenção, a recuperação e a reinserção social como ferramentas para otimização da rede de atenção ao dependente químico e para o desenvolvimento de uma política acolhedora e humanizada.

A prevenção refere-se a toda iniciativa que tem como objetivo oferecer à sociedade qualidade de vida e informações que diminuam os fatores de risco e fortaleçam os fatores de proteção individuais, comunitários e sociais garantindo e promovendo direitos.

Segundo o titular da Seprev, Jardel Aderico, a prevenção visa evitar que o indivíduo ingresse no submundo das drogas. “Esta etapa da política é voltada especialmente para crianças e adolescentes com o objetivo principal de fortalecimento dos fatores de proteção social e diminuição dos fatores de risco e da vulnerabilidade, proporcionando que cresçam em um ambiente seguro e saudável, no qual possam desenvolver suas potencialidades, capacidades e habilidades de vida”, disse Aderico.

Acolhimento e recuperação

A recuperação do dependente químico exige uma abordagem específica e multidisciplinar, em um ambiente que proporcione a atenção integral e a articulação interinstitucional.

Neste quesito, Alagoas é um dos maiores destaques do país. Com 35 comunidades acolhedoras credenciadas pelo Governo do Estado, a Rede Acolhe – rede de casas de recuperação de dependentes químicos, já acolheu mais de 20 mil pessoas.

Foto: Ascom/Seprev

Lytuania Melo, de 26 anos, foi uma destas 20 mil pessoas acolhidas. Seu primeiro contato com as drogas foi aos 11 anos, quando começou a consumir álcool e cigarro. Tempos depois, já estava usando maconha e, por fim, o crack.

“Fui acolhida e hoje estou renovada, livre. Trabalho incansavelmente para educar minhas filhas e mostrar para elas que as drogas não é caminho para ninguém. Perdi muitos amigos, conhecidos e pessoas que até hoje estão no crack. Nenhum ser humano está imune a erros. A melhor saída é se informar, educar e instruir. O conselho que eu dou é que busque a vida e diga não às drogas”, contou Lytuania.

Reinserção Social

A reinserção social trabalha no fortalecimento das pessoas prejudicadas pela dependência química de álcool e outras drogas, por meio dos processos de recolocação dessas pessoas nos mais diversos contextos da vida. Ela atua de forma a inserir o dependente químico de volta ao convívio familiar, resgate da cidadania, educação e, em seguida, qualificação profissional e geração de trabalho e renda, contribuindo efetivamente para o processo de recuperação.

Dentro dessas possibilidades, a Seprev já realizou diversas capacitações e oficinas produtivas, tais como: fábrica de blocos, sorveteria, informática, serigrafia, dentre outras.

Foto: Ascom/Seprev

Dia Mundial de Combate às Drogas

O dia 26 de junho marca a data escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o Dia Internacional de Combate às Drogas, um mal social em todo mundo. Segundo dados do Relatório Mundial sobre Drogas da ONU, cerca de 5% da população mundial entre 15 e 64 anos, o que corresponde a uma média de 243 milhões de pessoas, usa entorpecentes.