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Polícia cumpre mandados na Assembleia e deputado repudia ação

15/06/2016
Polícia cumpre mandados na Assembleia e deputado repudia ação
O deputado estadual Marquinhos Madeira repudiou a ação policial. (Foto: Assessoria)

O deputado estadual Marquinhos Madeira repudiou a ação policial. (Foto: Assessoria)

A Polícia Civil (PC) cumpre, na manhã desta quarta-feira (15), mandados de busca e apreensão, na Assembleia Legislativa de Alagoas. As buscas são referentes a uma investigação de estelionato e improbidade administrativa contra o deputado estadual Marquinhos Madeira (PMDB). 

O cumprimento está sendo feito por equipes de policiais civis do Tático Integrado de Resgates Especiais (Tigre) e do 7º Distrito Policial ( DP), coordenados pelo delegado Denisson Albuquerque.

O delegado informou que estão sendo feitas buscas referentes a uma denúncia contra o parlamentar que está sendo investigada desde 2013 pela Polícia Civil. Nela, o deputado é acusado de ter se afastado por 120 dias em 2012 alegando motivo de saúde, mas teria sido visto durante o período da licença, em um rally na cidade de Maragogi.

Por meio de nota, o deputado disse que repudia a proporção da ação que foi tomada e assume que um inquérito sobre o assunto foi aberto em 2012, mas disse que nunca fui oficialmente intimado.

“(…) não cometi nenhum crime de estelionato e/ou falsificação, não sou bandido como indiretamente estão me acusando, muito pelo contrário, sou um legítimo representante do povo, reeleito com mais de 26 mil votos”, diz um trecho da nota. (Confira a nota na íntegra abaixo)

A denúncia, segundo Albuquerque, foi feita inicialmente ao Ministério Público Federal (MPF) e depois passou para o Ministério Público Estadual, que requisitou um inquérito policial.

“Já pedi cinco vezes que o presidente da Assembleia mandasse a cópia do atestado, mas ele nunca enviou. Também solicitei ao deputado que marcasse um dia para que fosse ouvido, já que tem foro privilegiado, mas ele não respondeu. O denunciado mandou um escritório jurídico ficar com o caso, só que nunca deram resposta”, contou o delegado.

Albuquerque informou que a denúncia contra o deputado foi anônima e nela constam fotos do deputado no suposto rally. “O pedido de busca e apreensão foi aceito pelo Ministério Público que fez a recomendação e o Tribunal de Justiça determinou as buscas e apreensões”, afirmou.

O delegado foi recebido pelo chefe de cabinete da presidência, Igor Dimitri, que o entregou uma cópia de atestado com a assinatura de um médico otorrinolaringologista. “Foi encontrado um atestado de 130 dias. Vamos saber o que foi essa doença que precisou de tantos dias. O médico que assinou o atestado e o deputado vão ser intimados a dar explicações”, falou Albuquerque.

Marquinhos Madeira exerce o segundo mandato consecutivo como deputado estadual.

Sobre o cumprimento dos mandados e a afirmação do delegado de que solicitou a cópia do atestado e ela nunca foi entregue, a assessoria de comunicação da ALE disse que vai se informar sobre o caso para dar uma reposta.

 

O deputado Marquinhos Madeira repudiou a ação da polícia, por meio de nota à imprensa:

Em virtude da operação ocorrida na manhã desta quarta-feira (15), na Assembleia Legislativa, venho, por meio deste, repudiar a proporção da ação designada pela autoridade policial que disponibilizou um efetivo de dezenas de agentes, para conseguir o cumprimento de um mandado, que tinha como instrumento de busca, um documento, neste caso, uma cópia de um ATESTADO MÉDICO. Salientando que a presidência da Casa nunca se omitiu de prestar quaisquer esclarecimentos à imprensa ou poder judiciário em casos semelhantes.

Vale reforçar que, como o próprio Delegado confirmou em entrevista aos veículos que acompanharam a “operação”, de fato o inquérito foi aberto em 2012, mas, até a presente data, nunca fui oficialmente intimado. Sempre estive à disposição, e, até por ser uma pessoa pública, tornaria ainda mais fácil a minha localização, inclusive, no próprio gabinete ou nas sessões da ALE.

Ao apresentar o ATESTADO, o documento seguiu todos os trâmites legais que do Regimento da Casa, sendo assim, o documento faz constar em um processo administrativo que se encontra na ALE. O motivo do meu afastamento naquele período, foi por um diagnóstico da labirintite, onde precisaria de tratamento, não necessariamente de internação.

Recebi a notícia com muita surpresa e estou indignado com tamanha repercussão, não cometi nenhum crime de estelionato e/ou falsificação, não sou bandido como indiretamente estão me acusando, muito pelo contrário, sou um legítimo representante do povo, reeleito com mais de 26 mil votos. Venho sofrendo uma evidente perseguição de pessoas que se beneficiariam com uma eventual condenação, onde estão plantando inverdades e notícias infundadas, a fim de desconstruir o trabalho que eu tenho executado ao longo desses anos de mandato. Expostos os fatos acima, reafirmo que estou à disposição do Poder Judiciário para prestar os esclarecimentos devidos.

Att;

Deputado Marquinhos Madeira (PMDB)