Parreira avisa que a CBF dá boas condições de trabalho aos seus treinadores (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)

Com experiência de já ter comandado o Brasil em três Copas do Mundo, Carlos Alberto Parreira pediu indiretamente para Tite aceitar o convite para o cargo de técnico feito pela CBF. Sem citar o nome do treinador do Corinthians, Parreira decretou que quem quer que a entidade escolha tem que enfrentar o desafio.

“Cada um tem a sua filosofia de trabalho, de vida e profissional. Acho que, independente das circunstâncias, um convite para a Seleção Brasileira tem que ser encarado. Ainda mais em um momento difícil e para um treinador que nunca tenha trabalhado lá”, afirmou o campeão mundial de 94 em entrevista à rádio Jovem Pan.

Parreira comentou que apesar das questões políticas polêmicas, a CBF dá muita liberdade para o treinador conseguir implementar o seu planejamento. Em suas três passagens pela entidade, comandando a Seleção em 1994, 2006 e 2014, ele lembrou que nunca teve problemas com as condições de trabalho que lhe foram dadas.

Apesar disso, a constante troca do comando técnico é um problema para o futebol brasileiro. “Nunca damos importância para uma sequência de trabalho”, comentou Parreira. Ele citou o exemplo de Vicente Del Bosque, treinador da Espanha, que não foi demitido após o fracasso do país na Copa de 2014, quando os espanhóis não passaram da primeira fase. “Aqui o treinador fica dois anos e o trabalho é cortado”, analisou.

Depois da fraca campanha na Copa América Centenário, Dunga, técnico, e Gilmar Rinaldo, coordenador de seleções, foram demitidos dos seus cargos. A CBF convidou Tite para assumir o posto de treinador e ainda não obteve uma confirmação. Na última terça-feira, o treinador do Corinthians chegou a ficar reunido com Marco Polo Del Nero por horas na sede da entidade, mas as negociações não foram concluídas.