Geral

O ‘catastrófico’ surto leishmaniose que está se alastrando pelo Oriente Médio

03/06/2016
O ‘catastrófico’ surto leishmaniose que está se alastrando pelo Oriente Médio
Leishmaniose deixa feridas e pode deformar permanentemente; acima, mulher recebe tratamento em Cabul, no Afeganistão, em 2010 (Foto: Getty Images)

Leishmaniose deixa feridas e pode deformar permanentemente; acima, mulher recebe tratamento em Cabul, no Afeganistão, em 2010
(Foto: Getty Images)

É uma doença que provoca lesões na pele e pode deixar cicatrizes para a vida. Mais: está associada a um forte estigma social.

A leishmaniose cutânea é relatada na maior parte do mundo, incluindo a América Latina. Agora a crise de refugiados da Síria vem causando um surto “catastrófico” do mal em países do Oriente Médio.

A doença afeta centenas de milhares de refugiados e pessoas que se encontram em zonas de conflito, segundo um artigo publicado na revista científica PLoS Neglected Tropical Diseases .

Há dois anos a leishmaniose é endêmica na Síria – o primeiro caso foi diagnosticado em 1745 -, mas antes da guerra estava restrita a duas zonas ao redor de Aleppo e Damasco.

Agora “o número de casos pode superar 100 mil por ano”, escrevem os autores.

Eles atribuem este aumento ao “deslocamento em massa da população dentro do país e alterações no habitats do flebotomínio (mosquito transmissor)”.

O artigo adverte que “situação semelhante também pode estar ocorrendo no leste da Líbia e Iêmen”, que também são zonas de guerra.

Parasita

A leishmaniose cutânea é uma doença tropical causada por um minúsculo parasita de nome Leishmania . Provoca feridas abertas e dolorosas na pele, que podem levar a deformações permanentes.

A doença afeta as populações mais pobres e, segundo a OMS, está geralmente associada à desnutrição, deslocamentos populacionais, condições precárias de moradia e um sistema imunológico fraco.