Política

Teori envia para Moro suspeita de propina na Petrobras no governo FHC

02/05/2016
Teori envia para Moro suspeita de propina na Petrobras no governo FHC
Delcídio do Amaral durante a delação premiada ao Ministério Público (Foto: Divulgação/Ministério Público)

Delcídio do Amaral durante a delação premiada ao Ministério Público (Foto: Divulgação/Ministério Público)

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou para o juiz Sérgio Moro, da primeira instância da Justiça Federal em Curitiba, trecho da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) em que relata suposto pagamento de propina envolvendo a Petrobras durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Em depoimentos a investigadores da Operação Lava Jato, o senador contou sobre a aquisição de uma máquina da empresa Alstom para a Refinaria Landulfo Alves, na Bahia. O equipamento, disse, já havia apresentado defeitos em outros países e a construtora OAS manifestou interesse em comprá-lo.

Na ocasião, contou Delcídio, um ex-diretor da construtora, Carlos Laranjeira, teria falado uma propina entre US$ 9 milhões e 10 milhões “possivelmente” para políticos ligados ao PFL da Bahia, atual DEM.

O pedido para enviar o caso a Moro, que julga os processos da Lava Jato na primeira instância, foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. “Faz-se necessário averiguar até que ponto as declarações do colaborador encontram eco nas evidências angariadas no Caso Lava Jato”, escreveu ele no pedido.

Relator da Lava Jato no STF, Teori Zavascki atendeu ao pedido por verificar que não há menção, no caso, a autoridades com o chamado foro privilegiado, como ministros e parlamentares.

O que diz FHC
A assessoria de Fernando Henrique Cardoso disse que ele nunca tomou conhecimento desses fatos enquanto era presidente. Ele espera que tudo seja esclarecido e que todas as denúncias sejam investigadas.