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Excesso de trabalho pode provocar Síndrome de Burnout
Dor de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares, insônia, crises de asma, distúrbios gastrintestinais são manifestações físicas que podem estar associadas à Síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional ou estresse laboral.
De acordo com a psicóloga do Hospital Geral do Estado (HGE) Carmem Lúcia Marques, o estresse contínuo causado pelo trabalho pode ocasionar a síndrome, que se caracteriza por um estado de tensão emocional e estresse crônicos provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes.
“Os profissionais das áreas educacional e de saúde estão entre os trabalhadores que correm risco maior de desenvolver o transtorno. Os trabalhos com altos níveis de estresse, desgaste ou sobrecarga no trabalho, podem ser mais propensos a causar Burnout do que trabalhadores em níveis normais, com menor índice de estresse ou esforço”, ressaltou a médica.
A psicóloga, especialista em estresse pós-traumático, explicou que o sintoma principal da síndrome é a sensação de esgotamento físico e emocional que se reflete em atitudes negativas, como ausência no trabalho, agressividade, isolamento, mudanças de humor, irritabilidade e isolamento social.
“São três as dimensões de Burnout, a baixa realização profissional, a despersonalização que nada mais é que o mecanismo de defesa onde o profissional procura se distanciar da dor do outro, e a exaustão física e emocional. É muito comum em profissionais que laboram com prazos curtos, com pressão, com responsabilidades. O profissional vive um esgotamento que ocorre por causa de grandes esforços realizados no trabalho que fazem com que fique mais desinteressado, desmotivado e frustrado”, contou a especialista.
A servidora de uma unidade hospitalar J.K.B., de 39 anos, contou que já viveu situações difíceis no ambiente profissional. “Eu sentia muita ansiedade, dificuldade de me concentrar na minha atividade, o humor variava constantemente. Tinha dias que eu até me sentia bem, mas outros eram terríveis. Perdi toda a motivação no que eu fazia no hospital. Comecei a me isolar dos colegas. Foi bem difícil!”, relatou.
Segundo Carmem Lúcia, casos como o J.K.B acontecem diariamente. “A pessoa alegre, sociável passa a apresentar um comportamento de isolamento e reclusão. Claro que nem todos que apresentam esses sintomas têm a síndrome. É preciso um diagnóstico diferenciado, realizado por um profissional qualificado da área de psicologia clínica”.
Ela explicou que a síndrome pode ser prevenida quando os agentes estressores no trabalho são identificados, modificados ou readaptados. A atividade física regular e os exercícios de relaxamento são classificados como pontos importantes para prevenir e tratar a doença. O tratamento inclui o uso de antidepressivos, em alguns casos, sempre acompanhados de psicoterapia.
“Mudanças no estilo de vida podem ser a melhor forma de prevenção. Não devemos usar a falta de tempo como desculpa para não praticar exercícios físicos e não desfrutar de momentos de descontração e lazer”, completou a especialista.
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