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Briga entre torcedores de CRB e CSA assusta e repercute em todo o Brasil

14/05/2016
Briga entre torcedores de CRB e CSA assusta e repercute em todo o Brasil
 IMAGEM EMBLEMÁTICA: Exemplo de dignidade, dr. Orlando Baia, ortopedista do CRB, socorreu torcedor do CSA, fortemente agredido após o clássico (Foto: facebook)


IMAGEM EMBLEMÁTICA: Exemplo de dignidade, dr. Orlando Baia, ortopedista do CRB, socorreu torcedor do CSA, fortemente agredido após o clássico (Foto: facebook)

Os estádios de futebol têm sido palcos de confrontos, basicamente entre as torcidas organizadas. Este problema persiste, é recorrente, apesar de inúmeras medidas adotadas para a redução dessas agressões físicas durante e no final dos jogos.

Na decisão do Campeonato Alagoano de 2016, domingo, 08, cinco torcedores deram entrada no Hospital Geral do Estado, em Maceió, após o clássico CRB x CSA, que culminou com a conquista do título pelo CRB. Um deles, em estado muito grave.

Nos primórdios do futebol, Charles Miller veio da Inglaterra para o Brasil, apresentando as regras e o método de jogar. Naquela época, esse esporte só podia ser praticado pela elite aristocrata. Quando negros e pobres participavam de um jogo, eles poderiam levar pontapés impunemente, permitindo o uso da agressão. Considerando que o futebol mobiliza multidões, é motivacional, é uma verdadeira paixão, a intenção de especialistas em psicologia é resgatá-lo como um instrumento educativo é função da escola e, conseqüentemente, dos educadores.

A violência nos estádios passou a ser considerada um problema social, já que tomou uma proporção tão grande e se tornou um grande incômodo aos interesses em torno do evento esportivo.

A violência está caracterizada como parte das camadas de toda a sociedade moderna e as causas políticas e sociais têm suas parcelas de culpa por tudo o que vem ocorrendo nos estádios de futebol.

Considerado o pai da psicanálise, Sigmund Freud (1930/1993), dizia que, embora possa praticar atos de vandalismo quando isolado, o indivíduo normalmente participa dessas ações violentas quando em grupos. Isto se explica pela possibilidade de utilizar a proteção do grupo para se fortalecer, superando o medo. Dessa forma, são explicados os comportamentos agressivos das torcidas de futebol.

A psicologia de massas, para Freud, é voltada ao estudo do indivíduo enquanto membro de uma raça, nação, profissão, instituição ou multidão unidos para fins e objetivos determinados. Nessas situações, o indivíduo apresenta o instinto social, promovendo comportamentos peculiares para tal situação.

O presidente da Associação Nacional das Torcidas Organizadas, André Silva Azevedo, diz que a maioria das pessoas que entram em torcidas organizadas já possui um histórico de exclusão social.

Para ele, a marginalização das torcidas pelas autoridades em nada ajuda na solução do problema da violência. “Tem que parar com essa forma de agir. Conforme vai tendo o problema, a gente tem que se aproximar mais, tem que reeducar e tem que reinserir o cara não só na arquibancada, mas no nosso dia-a-dia.”

O médico que socorreu o torcedor do CSA, o ortopedista Orlando Baia que integra a Comissão Técnica do CRB há décadas, relembra da cena. “Ele estava desfalecido e, se eu não tivesse o costume de trabalhar sem uniforme do CRB, também poderia ter apanhado. O rosto do rapaz estava com muitos hematomas, fraturas e um dos olhos muito inchados”, lamenta, dizendo que os torcedores invadiram o campo “como se atravessassem uma rua”.

CRB e CSA emitiram nota, repudiando a briga entre as torcidas:

CRB

O Clube de Regatas Brasil repudia todo e qualquer ato de violência no futebol. O futebol é espaço de família, amigos, alegria, emoção, diversão e não tem mais espaço para comportamentos como estes.

Os marginais que se fantasiam de torcedores precisam entender que não tem mais espaço no futebol e que não podem mais atrapalhar o esporte e afastar os verdadeiros torcedores dos estádios.

Torcemos e oramos pela melhoria do estado de saúde de todos que sofreram agressão, tanto Regatianos, quanto azulinos.

 Iremos sempre trabalhar para que o futebol em nosso estado melhore e para que nunca mais possamos ver cenas repugnantes como vimos no dia de hoje. O CRB e o futebol são motivo de alegria, vamos torcer sempre em PAZ!

CSA

O Centro Sportivo Alagoano repudia qualquer ato de violência contra os protagonistas do maior espetáculo do nosso esporte, os nossos torcedores. Torcedores estes que são seres humanos, famílias, pessoas que vão ao estádio com um único propósito: torcer pelo seu time do coração.

Estamos torcendo pela melhora desses torcedores que deram entrada no Hospital Geral do Estado, independente de serem azulinos ou regateanos.

Esporte é alegria, paixão e não tem espaço para violência.

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