(Foto: Angel Martinez/Contributor/Getty Images) Zidane evitou maiores comentários sobre as chances perdidas pela Roma

Surpreendente, o Wolfsburg venceu o Real Madrid pelo placar de 2 a 0, na última quarta-feira, e abriu vantagem no confronto válido pelas quartas de final da Uefa Champions League. Fora o placar, o clube alemão impôs uma barreira histórica diante do gigante espanhol: um tabu que dura mais de três décadas.

O ano era 1985. Derrotado por 2 a 0 pela Internazionale na semifinal da Copa da Uefa – atual Liga Europa -, o Real Madrid entrou no Santiago Bernabéu pressionado em 24 de abril. Os dois gols de Santillana na primeira etapa igualaram o marcador, e o golpe de misericórdia nos italianos ocorreu na etapa final com Michel.

Desde esta virada histórica, o Real Madrid sofre para reverter vantagens nas principais competições europeias. Depois de um 2 a 0 contra, o maior vencedor de Champions com dez taças jamais reverteu um embate desde aquele duelo contra a Internazionale. O jejum chega a 31 anos.

Esqueça apenas o ‘fator 2 a 0′. O Real Madrid sofre na Europa para reverter confrontos. A última virada ocorreu na Champions da temporada 2001-2002, quando Zidane, em campo, participou da vitória por 2 a 0 sobre o Bayern de Munique, gols de Iván Helguera e do meia Guti.

O 2 a 1 para os bávaros, na Alemanha, acabou ofuscado pela virada de uma equipe que terminaria campeã; 2002 ficará sempre na lembrança do torcedor do clube como o ano da nona Champions e do golaço de Zinedine Zidane na final contra o Bayer Leverkusen.

Desde então, derrotas na primeira perna de um confronto resultam em um pesadelo para um dos gigantes do futebol europeu.

Em 2006, por exemplo, o Real Madrid perdeu em pleno Santiago Bernabéu para o Arsenal por 1 a 0 – alguns devem se lembrar do belíssimo gol anotado por Thierry Henry. Na volta, empate sem gols e classificação dos ingleses, que chegaram pela primeira e única vez à decisão europeia naquele ano.

Dois anos depois, a Roma sustentou a vantagem adquirida na primeira partida – 2 a 1, com o brasileiro Mancini anotando o gol decisivo. No Bernabéu, mais um 2 a 1 para os italianos e nova decepção madridista.

Em 2009, o Liverpool venceu o Real Madrid por 1 a 0 na Espanha e carregou a vantagem para o segundo jogo. Ao invés da virada, o clube merengue sofreu uma das mais duras derrotas a nível europeu: 4 a 0 para os ingleses, com show e dois gols do meio-campista Steven Gerrard.

No ano seguinte, o Lyon testou o poder de reação do Real Madrid. Na França, placar de 1 a 0 para os franceses, que seguraram o empate por 1 a 1 na volta e eliminaram o gigante clube espanhol.

Já em 2012, o Real quase quebrou o jejum. Venceu por 2 a 1 no Bernabéu após perder pelo mesmo placar em Munique. Nos pênaltis, contudo, o Bayern calou o estádio lotado e frustrou mais uma vez o torcedor madridista.

Mais dois clubes se agregaram nos últimos três anos a este tabu do Real Madrid. O Borussia Dortmund fez 4 a 1 na semifinal de 2013 e garantiu a vaga à final ao perder por 2 a 0 em Madri. Na temporada passada, a Juventus triunfou por 2 a 1 na Itália e carimbou passagem para a decisão ao empatar por 1 a 1 na Espanha.

Além do déficit, o Real Madrid precisará lutar contra a história para evitar a zebra na Champions League.