Brasil

Renan reune Lula e senadores da base para discutir saídas para a crise

10/03/2016
Renan reune Lula e senadores da base para discutir saídas para a crise
Ricardo StuckertRenan reúne Lula e senadores da base para discutir saídas para a crise

Renan reúne Lula e senadores da base para discutir saídas para a crise

Nesta quarta-feira (9), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reuniu mais de 30 senadores da base de apoio ao Governo e o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a pedido do próprio Lula, com o propósito de discutir saídas para as crises política e econômica do País.

“Foi uma conversa muito boa, evidente que não foi uma conversa conclusiva, mas o ex-presidente Lula foi disposto a ouvir, ouviu um a um, todos os senadores, que demonstraram preocupações, apreensões com os rumos do Brasil e ele também falou, na sequência, das suas apreensões e das suas preocupações”, contou Renan.

O presidente do Senado disse que Lula não tratou das investigações da Lava Jato durante o encontro, apesar de considerar “que é preciso que as investigações avancem, mas no devido processo legal com liberdade de expressão, com direito de defesa, com presunção de inocência, como diz a Constituição Federal”.

Sobre a possibilidade de Lula ser convidado para comandar um ministério, Renan Calheiros informou que o ex-presidente “fez questão de dizer que não teve convite, que não cogita, porque para ajudar o Brasil ele não precisa ter cargo para exercer, ter cargo de ministro”. Renan também negou que tenham conversado sobre a participação do PMDB no Governo Federal.

“Essa questão do PMDB, ela será discutida num outro fórum. Os partidos têm divisões, o PT tem divisões, o PMDB tem divisões, o PSDB tem divisões e, nesse momento de agravamento da crise, o fundamental é que todos se unam para encontrarem saídas. Acho que esse é o desejo da sociedade brasileira”, explicou Renan.

A intenção do presidente do Senado é ouvir outros ex-presidentes da República, entre eles, José Sarney e Fenando Henrique Cardoso, para “nesse momento conturbado da vida nacional de agravamento da crise política, da crise econômica, e elas acabam se retroalimentando, colaborar com saídas”.

“Nós temos muita preocupação com o agravamento da crise econômica. É preciso urgentemente, retomarmos as reformas estruturais porque quando você não resolve o problema fiscal, quando essa tarefa cabe ao Banco Central, ela geralmente vem com o agravamento da crise, da recessão, do desemprego, do juro alto”, ponderou Renan.

Na saída do encontro, o presidente do Senado entregou a Lula uma Constituição. Segundo Renan, o gesto significou que as investigações da polícia federal precisão avançar, mas no devido processo legal.

“Ninguém pode ser contra a investigação, a diferença da investigação é aqueles que têm o que dizer daqueles que não tem o que dizer e a Constituição foi para significar, simbolizar esse momento importante em que nós precisamos garantir a Constituição, o Estado Democrático de Direito, a liberdade de expressão, a presunção da inocência e devido processo legal”, destacou Renan.

Questionado sobre o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) ter citado o nome dele na delação do da operação Lava Jato da polícia Federal, Renan respondeu que, apesar de não ter conhecimento da citação, é responsável pelos seus atos e que nunca cometeu nenhuma impropriedade.

“Eu não vi [a citação] e não tenho muita preocupação porque eu nunca cometi impropriedades, tudo que disseram até aqui foi por ouvir dizer, não há nenhuma prova, não haverá nenhuma prova, e estou à disposição para colaborar com qualquer investigação. Eu não acho que o homem público é imune à investigação, eu acho que ele tem a obrigação de priorizar a sua defesa, apresentar as suas razões e responder na medida da cobrança e da expectativa da sociedade”, enfatizou Renan.