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Perigo atrás das redes sociais: adolescente é estuprada após marcar encontro pela internert

23/03/2016
Perigo atrás das redes sociais: adolescente é estuprada após marcar encontro pela internert
É importante observar o que os filhos acessam pela internet (Foto: Tribuna do Sertão)

É importante observar o que os filhos acessam pela internet (Foto: Tribuna do Sertão)

A internet oferece um mundo de informações, diversão e também de possibilidades de conquistar novas amizades ou até mesmo um relacionamento amoroso. Mas é preciso muito cuidado na hora de se relacionar com desconhecidos pela rede. Os pais precisam ficar atentos aos conteúdos acessados na rede pelos filhos, principalmente os mais novos.

E foi por tentar manter um “namoro” virtual que a estudante Cláudia da Silva (nome fictício), de 14 anos, escapou da morte. Mas não sem que o criminoso deixasse sequelas, que para a família serão irreversíveis.

Durante quatro meses, Cláudia, que mora na zona rural de Palmeira dos Índios, começou a se comunicar pelas redes sociais com um homem mais velho, de 25 anos. Sempre gentil e simpático, ele foi conquistando a confiança da garota até que eles começaram a trocar fotos e mensagens diariamente. Foi quando decidiram marcar um encontro. “Eu comecei a gostar dele, do jeito dele. Ele era muito respeitador, e a gente começou a namorar. Então, um dia, ele me chamou pra sair e minha mãe não deixou, porque ela não foi muito com a cara dele. Eu disse que ia sair com uma amiga e fui encontrar com ele. Ele me levou para um lugar distante e queria fazer sexo comigo. Como eu não quis, ele me estuprou e ainda disse que eu era apenas mais uma”, contou a adolescente envergonhada e abalada emocionalmente.

Os pais de Cláudia estão apavorados. A mãe dela, que não quis se identificar porque está com medo, disse que nunca imaginou passar por esta situação. Segundo ela, a filha sempre foi muito estudiosa, calma e nunca teve um namorado. “Nunca tive que me preocupar com ela. Tenho outras duas filhas, mais velhas, e elas também nunca me deram trabalho. Nos sacrificamos muito para oferecer o melhor para as três. Como são filhas ótimas, damos o melhor que pudemos: celulares, computadores, tudo o que precisam. E nunca nos preocupamos com o que elas olham ou falam na internet. Minha flah está depressiva e não se alimenta. Não desejo isso a ninguém”, lamentou.

A família foi orientada a procurar o Ministério Público para denunciar o caso, mas os parentes temem que algo pior aconteça. “Ele a ameaçou. Disse que se ela contasse a alguém voltaria para mata-la. Acho que vamos ter que ir embora daqui. Esse marginal não destruiu apenas a vida da minha filha, mas de todos nós”, disse a mãe da garota.

Denunciar é o passo mais importante

O promotor de Justiça, Rogério Paranhos, disse que todo crime deve ser denunciado. “Havendo o crime a família tem que denunciar, procurar a delegacia e o Conselho Tutelar. Estou sabendo do caso, mas existe a vergonha da família de expor a filha. Mas a investigação corre sob sigilo, a gente não divulga nomes. Vamos providenciar a investigação e o inquérito desse caso. O Conselho Tutelar já está indo atrás disso também”, afirmou o promotor.

Orientar bem os filhos e observar o que fazem na internet  

Quem tem filho adolescente ou até criança, mas que já passa boas horas em frente ao computador sabe como é importante fica atenta ao que os filhos fazem na internet.

O assunto é bastante presente na sociedade atual e até já virou tema de cinema. O filme Confiar (Trust) conta a história de uma família que passa por problemas depois que a filha de 14 anos conhece seu primeiro namorado pela internet. Annie conhece um garoto em um bate-papo na internet e se apaixona por ele. O problema é que, na verdade, o garoto é um homem muito mais velho, que a atrai para um encontro e se aproveita sexualmente.

Problema infelizmente mais comum do que muitos imaginam, as como proteger seus filhos de situações como essa? O importante é orientar bem os filhos.

“Muitos adolescentes simplesmente não compreendem os riscos que correm quando acessam a internet nem que podem se prejudicar muito em consequência da ingenuidade”, explica Gregory S. Smith autor do livro “Como proteger seus filhos na internet: Um guia para pais e professores”. E os responsáveis precisam reconhecer que, por mais maduros que pareçam, os adolescentes ainda precisam de cuidados com a segurança.

“A internet exige uma série de cuidados e limites que não estão muito claros, nem para os próprios jovens, nem para os pais e professores”, comenta Jairo Bouer, médico psiquiatra. Segundo ele, não é o caso de impor limites e controlar a vida dos jovens na Internet, mas sim mostrar os riscos que existem. “É importante que eles próprios aprendam a criar seus filtros e a lidar com essas situações de uma forma mais segura e responsável”, diz Bouer.

Gregory tem uma teoria sobre como proteger os filhos na internet: Se você não deixa seu filho andar sozinho por um lugar estranho, não deixe que ele navegue por um espaço tão amplo como a internet sem supervisão e acompanhamento. Apesar de o ambiente não ser físico, ele proporciona interação com todo tipo de indivíduo, muitos com intenções ruins. Sua criança ou adolescente merece todo o cuidado e atenção.

(Fonte: Vila Mulher)