Política

Dívida de município de Palmeira com UPA é de mais de 2 milhões

02/03/2016
Dívida de município de Palmeira com UPA é de mais de 2 milhões
Gestores municipais de Palmeira dos Índios foram hoje (2) à Câmara prestar esclarecimentos sobre UPA e Secretaria de Saúde (Foto: Lucianna Araújo)

Gestores municipais de Palmeira dos Índios foram hoje (2) à Câmara prestar esclarecimentos sobre UPA e Secretaria de Saúde (Foto: Lucianna Araújo)

O secretário municipal de Saúde, Glifson Magalhães, e o coordenador da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Palmeira dos Índios, Evandro Tavares Mesquita, estiveram hoje (2) pela manhã na Câmara de Vereadores para prestar esclarecimentos sobre a situação da área de saúde do município.

A convite dos parlamentares, os dois gestores explicaram os motivos pelos quais a UPA e a Secretaria de Saúde têm sido alvo de tantas críticas por parte da população palmeirense e também de alguns vereadores. A UPA, por exemplo, reduziu o número de funcionários, inclusive de médicos, por causa de uma dívida que o município de Palmeira teria com a unidade, que ultrapassa os R$ 2 milhões. Além disso, apenas dois médicos estão fazendo o atendimento a uma demanda de 140 pacientes, por dia, quando o adequado para uma UPA de porte 2, como a de Palmeira, seria quatro profissionais.

De acordo com o coordenador da UPA, Evandro Tavares Mesquita, o município de Palmeira tem passado por um período de descapitalização, e que seria este o motivo pelo atraso no repasse à Unidade, fato que tem provocado uma deficiência no atendimento aos doentes que chegam ao local.

A UPA é destinada a desafogar a rede hospitalar. No ano passado foram mais de 60 mil atendimentos, mais de cinco mil por mês. Os pacientes são atendidos se acordo com a classificação, onde os pacientes mais graves são atendidos em primeiro lugar. Existe uma crise e cortes em todos os municípios e estamos fazendo uma gestão de crise para que a UPA não feche suas portas. Fizemos 17 desligamentos que somavam 35 mil reais e o maior impacto na folha é com os médicos, formada por uma cooperativa que temos uma dívida de mais de um milhão. Temos dois médicos que atendem a 140 pessoas, por dia, e que tem dado conta da demanda. Uma uma enfermeira identifica se o paciente precisa de atendimento médico e depois que passa os dados para ele, que determina que tipo de atendimento o paciente vai ter. E muitas vezes o serviço é para os PSFs”, ressaltou.

Existe uma crise e cortes em todos os municípios e estamos fazendo uma gestão de crise para que a UPA não feche suas portas. Fizemos 17 desligamentos que somavam 35 mil reais e o maior impacto na folha é com os médicos, formada por uma cooperativa que temos uma dívida de mais de um milhão, diz Evandro Tavares, coordenador da UPA

O secretário de Saúde, Glifson Magalhães falou que o maior problema que a pasta que gerencia tem enfrentado está relacionado à crise econômica. Segundo ele, a falta de recursos tem impedido o município de manter a qualidade dos serviços. “Iniciamos um trabalho para tentar minimizar a situação, negociando o acúmulo de dívidas. Também passamos por momentos difíceis por causa do Zika e chikungunya, mas não deixamos de atender ninguém. Uma UPA de porte 2 precisa de R$ 600 mil, mensais, para funcionar. A UPA ganhou, no ano passado, um prêmio por excelência nos serviços, mas a crise financeira tornou as coisas difíceis”, completou.

Edson SilvaGlifson Magalhães, secretário de Saúde

Glifson Magalhães, secretário de Saúde

A procuradora do município, Sinair Porto, frisou que a população não tem procurado o município ou mesmo o Ministério Público para reclamar da situação da UPA ou das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Palmeira.

Os vereadores contestaram. Segundo eles, as UBS’s não têm medicamentos necessários para atender à população e que a UPA tem que ser administrada pelo município, e não por uma empresa terceirizada que tem apenas interesse público e não se preocupa com a saúde das pessoas. Além disso, alguns vereadores exigiram que a Secretaria volte a disponibilizar quatro médicos para atender os pacientes da UPA, procedimento comum em uma unidade de porte 2.

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