Geral

67% dos jovens empreendedores estão otimistas com próprio negócio

31/03/2016
67% dos jovens empreendedores estão otimistas com próprio negócio
acieg78,3% acreditam que o faturamento de sua empresa irá crescer.

78,3% acreditam que o faturamento de sua empresa irá crescer.

Quase a metade dos jovens empreendedores entrevistados (49,9%) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) afirma estar confiante com os rumos da economia, enquanto apenas 28% estão pessimistas. A expectativa positiva para 2016 é ainda maior quando os empresários imaginam qual será o desempenho do seu próprio negócio: 67,3% estão confiantes e apenas 10,9% se dizem pessimistas.

A maioria absoluta (62,2%) dos entrevistados, com idade entre 18 e 34 anos, no entanto, percebeu que a situação econômica do Brasil piorou no início de 2016.

A pesquisa aponta ainda que 78,3% dos entrevistados acreditam que o faturamento de sua empresa irá crescer nos próximos cinco anos, sendo que a dedicação pessoal e o empenho do entrevistado (81,1%) são as principais justificativas.

Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a percepção dos jovens empreendedores de que a situação econômica vai melhorar pode estar relacionada ao aprofundamento da crise. “É como se na percepção desses empresários o país já tivesse chegado ao fundo do poço e que daqui em diante, a realidade da situação vai requerer algum tipo de mudança. Pode parecer contraditório, mas apesar do ambiente econômico adverso para 2016, uma quantidade considerável de empresários está confiante com relação aos seus negócios. Isso pode se explicar pelo fato de que muitos deles acreditam que com empenho pessoal, dedicação e uma dose de criatividade é possível driblar as dificuldades impostas pela crise”, afirma.

Investimentos
Segundo a pesquisa, 3 em cada 10 empreendedores (35,6%) pretendem investir mais em 2016 na comparação com o ano passado, enquanto 17,3% manterão o mesmo nível de recursos empregados. Para 23,6% haverá redução no montante de recursos investidos ou nem haverá investimentos. Os empreendedores indecisos também somam 23,6%.

Considerando somente os que pretendem investir em 2016, as ações mais mencionadas são compra de equipamentos, como maquinário e computadores (29,3%), investimentos em mídia e propaganda (27,2%), ampliação do estoque (25,1%) e qualificação da mão de obra (25,0%).

O capital próprio (73,4%) será o principal recurso utilizado para os investimentos em 2016, muito à frente do microcrédito (6%) e do financiamento (4,3%). Quatro em cada 10 empresários ouvidos (42,5%) garantem que está difícil conseguir um empréstimo ou financiamento, ao passo que somente 13,6% vão em direção contrária ao dizer que está fácil.

Medo de dívidas
De acordo com o levantamento, o maior temor dos empreendedores é não conseguir honrar os compromissos financeiros e acabar ficando endividado (22,3%), seguido por não crescer como o esperado (19,8%), ter de fechar o negócio (19,8%) ou ser obrigado a voltar ao mercado de trabalho como funcionário assalariado (18,2%).

As consequências negativas da deterioração da conjuntura econômica não passaram despercebidas pelos jovens empreendedores. Apenas 25% dos empresários consultados pelo SPC Brasil garantem não ter sofrido qualquer impacto no desempenho de suas empresas em função da crise. Para 36% dos empresários ouvidos houve piora nas condições gerais do seu negócio ao longo do ano passado, enquanto 21,7% notaram melhora no desempenho de suas empresas.

A percepção negativa é mais acentuada nas regiões Sudeste (42,3%), Sul (40,4%) e Centro-Oeste (35,1%). Já os otimistas estão concentrados principalmente nas regiões Nordeste (27,9%) e Norte (25,9%). Para 38,7% dos entrevistados não houve alteração na performance da empresa de um ano para o outro.

A queda no faturamento (37,7%), diminuição das vendas (29,7%), menor margem de lucro (18,6%), dificuldade para fazer reserva financeira (12,8%), aumento da inadimplência dos clientes (11,4%) e ter de demitir funcionários (9,4%) foram os problemas mais sentidos pelos entrevistados ao longo do ano passado.

Os obstáculos enfrentados também fizeram com que alguns projetos tivessem de ser abortados em 2015, sendo que os mais citados foram a expansão das vendas (26,2%), realização de reforma (17,1%), compra de equipamentos (11,9%) e pagamento de dívidas (11,6%).

Carga tributária
O estudo mostra ainda que a estrutura e a carga tributária são os principais alvos de reclamações dos jovens empreendedores. Quatro em cada 10 (43,8%) entrevistados sentem falta de políticas públicas que facilitem o pagamento de impostos e 36,3% acreditam que deveria haver uma redução dos tributos e impostos cobrados de empresas que são geridas por jovens. Há ainda um percentual elevado (39,5%) de entrevistados que pedem mais cursos gratuitos para novos empresários sobre gestão, finanças, planejamento e tecnologias.