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O Setentão

06/02/2016
O Setentão

               Há setenta anos, isto é, no dia três de fevereiro de 1946 na Vila de Paulo Jacinto nascia o menino filho do casal João Cícero Laurentino da Rocha/Maria Veiga( meus inolvidáveis pais), que, na pia batismal, recebera o nome de Laurentino Rocha da Veiga. À época, as ruas não eram calçadas, a pacata gleba tinha um comércio forte onde se vendia todos os  produtos agrícolas em abundância. Inclusive, existia uma pequena igreja que fora substituída pela atual Catedral de Nossa Senhora das Graças, Padroeira do Município, construída pelo Padre José Monteiro.

            Em dois de dezembro de 1953 ( morte do Mestre Graça), foi desmembrada de Quebrangulo e, portanto, passou a ter status de cidade propriamente dita. Lá estudei o antigo primário e, a convite do meu irmão Economista/ Advogado Cícero Veiga, submeti-me ao Exame de Admissão na então Escola Técnica Industrial. Hoje, Instituto Educacional Federal, passei a morar na velha Cesa – Casa dos estudantes Secundaristas de Alagoas – que, por sinal, era mantida pela Uesa que funcionava no final da rua Ladislau Neto onde o mano exercia a função de Tesoureiro da Instituição estudantil.

            Terminei antigo curso científico no Colégio Estadual e, em seguida, fiz vestibular de Economia logrando êxito. Diga-se, de passagem,  escolhi a profissão  em homenagem ao mano que, radicado no vizinho Estado de Sergipe, destacou-se como técnico exercendo vários cargos na Terra de Tobias Barreto. Daí, então, passei a trabalhar na extinta Fiplan – Instituto de Planejamento – braço  da Seplan, que, no governo de Guilherme Palmeira, o saudoso professor Evilásio Soriano de Cerqueira era o secretário que deixou marcas indeléveis que a poeira do tempo não conseguirá apagar.

            O tempo passou, obedecendo a sua fiel cronologia. Especializei-me em Planejamento Governamental pela antiga Sudene. E, por conseguinte, passei a lecionar no Centro Universitário Cesmac as disciplinas, a saber: Economia do Setor Público, Formação Econômica do Brasil, Ética, Economia Brasileira no curso de Economia. Hoje, ensino Análise Econômica/ Comércio Exterior na Faculdade Cesmac do Sertão. E, no Campus de Marechal Deodoro, a matéria Economia e Administração Veterinária.

            Paralelamente, exerço a profissão de jornalista profissional. Sou presidente da Associação Alagoana de Imprensa (AAI) há quatorze anos. Por essas razões, mantenho colunas semanais nos jornais Tribuna do Sertão /Tribuna Independente / A Notícia/ Alagoas em Tempo, de propriedade do primo Aldo Veiga. Enfim, colaboro com o Jornal de Alferrarede ( Portugal).

            Aportei na bela Maceió no começo da década de sessenta. Estimulado pelo mano Cícero  Veiga, líder da Família dos Veiga de Paulo Jacinto, enfrentei obstáculos, passei algumas dificuldades, encontrei pedras no meu caminho. Felizmente, com o apoio de Nossa Senhora das Graças, do Deus todo-poderoso venci a labuta na cidade grande. Sou Cidadão Honorário da capital, título outorgado pela Câmara Municipal de Maceió. Cidadão Honorário de Coruripe, bem como de Palmeira dos Índios e de Arapiraca.

            No ano de 1977, esposei a competente advogada  Aurilene Morais da Veiga. Dessa feliz união nasceram os filhos Vanessa Pollyanna, professora da Seune, Vanissa Veiga, advogada/administradora. E, finalmente, o caçula Francis Lawrence, publicitário, jornalista e, no semestre fluente, tornar-se-á advogado pelo Centro Universitário Cesmac. Dir-se-á que nesse estágio de vida não posso reclamar coisa alguma. Muito pelo contrário, agradeço ao Criador por tudo que me proporcionou nesses setenta anos de vida.

            Escrevi cinco livros: Assim Era Guedes de Miranda, Perfis Alagoanos, Viagem no Tempo, O Engodo da Globalização, Lendo & Comentando, prefaciado pelo vice-reitor do Cesmac. Prof. Doutor Douglas Apratto Tenório. Encontram-se no prelo as obras: A Saga dos Veiga, Cem crônicas do Meu Tempo, O império da Palavra que, no ano de 2016, serão publicados com recursos próprios.

            Tudo me leva a crer que minha luta não foi em vão. Aliás, o escritor lusitano Fernando Pessoa legou à posteridade: “ Tudo vale a apena quando a alma não é pequena.” Abracei a ética, de mãos dadas exerci funções públicas sem nunca me locupletar do erário. Fui funcionário público na Ufal/ INAMPS e Economista do Estado de Alagoas. Saí de cabeça erguida com a sensação de dever cumprido. Jamais claudiquei no exercício de minhas funções.

            Cheguei ao topo da colina. Abracei as oportunidades que me ofereceram. Fui leal para com os amigos, com os camaradas e, principalmente, com os meus queridos familiares. Da minha saudoso genitora – Maria Veiga – aprendi sábias lições. Dela me recordo o que dissera quando vim para Maceió. “ Assista à Santa Missa para ser feliz durante a semana”. Deus lhe dê o descanso eterno!