Brasil
Marchinhas irreverentes fazem críticas à Olimpíada e a problemas do Rio
Corrupção, problemas no transporte público, violência policial e a Olimpíada no Rio de Janeiro serão temas de marchinhas de carnaval. Em forma de paródia, ac. Criada por grupos de artistas, ativistas e movimentos sociais, as marchinhas criticam, de forma irreverente, problemas do país e da cidade, que passa por intervenções controversas para receber os Jogos Olímpicos em agosto.
Elaboradas de maneira colaborativa, em reuniões abertas, as marchinhas farão parte do repertório de blocos tradicionais como a Orquestra Voadora, o Céu na Terra, o Boi Tolo e de blocos criados para protestar, como o Planta na Mente, que defende a legalização das drogas, e o Mulheres Rodadas, em favor da liberdade e autonomia das mulheres, que desfilam entre sábado (6) e quarta-feira (10). A campanha inclui ainda adesivos, vídeos nas redes sociais e uma alegoria-símbolo em referência à tocha olímpica, que circulará pelo carnaval de rua.
Um dos organizadores da campanha, o saxofonista Tomás Ramos, do Bloco Nada Deve Parecer Impossível de Mudar, explica que a ideia do Ocupa Carnaval é levantar, também nos dias de folia, temas que movimentos sociais discutem ao longo do ano. Portanto, as intervenções da prefeitura, que alteraram a dinâmica da cidade para a Olimpíada, não poderiam ficar de fora.
Ao som de Cidade Maravilhosa, serão denunciados investimentos público-privados em áreas mais ricas, com a Barra da Tijuca, a sede do Parque Olímpico, além do encarecimento do custo de vida no Rio. Também entram no refrão as remoções de 40 mil famílias, entre elas cerca de 500 retiradas da Vila Autódromo e que deu lugar ao Centro Internacional de Transmissão (IBC). O prédio, que será utilizado pela imprensa nos jogos, será depois adaptado para centro comercial.
“Prevaleceu a lógica da especulação imobiliária, que decidiu quais eram as prioridades em termos de áreas para investimentos públicos e privados. Temos hoje uma cidade voltada para [favorecer] o negócio, a especulação imobiliária e não para o bem-estar das pessoas que vivem nela”, afirmou Tomás.
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