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Idosos são maioria nos atendimentos da Ala Vermelha Clínica do HGE

15/02/2016
Idosos são maioria nos atendimentos da Ala Vermelha Clínica do HGE
(Foto: Olival Santos)

(Foto: Olival Santos)

Dificuldades enfrentadas na Atenção Básica, falta de atendimento geriátrico nos municípios, ausência de acompanhamento dos exames anuais e de leitos para pacientes com perfil de doença crônica são alguns dos motivos que levam idosos ao Hospital Geral do Estado (HGE). A área Vermelha Clínica da unidade hospitalar, destinada a casos de emergência, encontra-se, com a maioria dos leitos ocupada por pacientes de idade mais avançada.

Para a gerente-geral da unidade hospitalar, a médica Verônica Omena, “os idosos entram na emergência devido a complicações por doenças possíveis de controle na Atenção Básica, como a hipertensão arterial e a diabetes, além de outras patologias. É notório que existe algo que impede a eficácia do atendimento nas áreas circunscritas do hospital e em outros municípios”, citou.

Segundo ela, a falta de leitos para pacientes com perfil de doença crônica no Estado também sobrecarrega o atendimento do HGE. “A Vermelha Clínica fica aglomerada com idosos sequelados de AVC, diabéticos em estado grave, entre outras doenças. Com isso ocorre superlotação de uma área que deveria ser disponibilizada para atendimento de emergência”, completou.

José Alves dos Santos (67 anos), de Palmeira dos Índios, esteve internado na área Vermelha Clínica em estado gravíssimo. Ele foi vítima de um acidente vascular enquanto dormia. Seus parentes o encontraram desacordado. Sem conseguir atendimento na atenção primária na região e com problemas de pressão, seu quadro culminou no AVC. Familiares contaram que ainda chegaram a procurar a UPA do município e o hospital da região, mas foi no HGE que encontraram atendimento para o paciente.

De acordo com Patrícia Ferro, médica clínica do hospital, a área Vermelha Clínica do HGE trata os casos clínicos de emergência, como Hemorragia Digestiva Aguda (HDA), convulsões, alergias graves, intoxicações e envenenamentos, casos relacionados à hipertensão e diabetes, entre outros.

“Isso sem falar nos casos de acidente vascular cerebral que não entram de acordo com a janela da Unidade de AVC do hospital que é de 4 horas e meia”, contou a médica ressaltando que o acidente vascular isquêmico é a principal causa de atendimentos na área. Em segundo lugar vêm às infecções pulmonares.

Benefício à população – A médica explicou que a área Vermelha Clínica foi uma iniciativa da atual gestão, que separou a antiga Vermelha, em Vermelha Trauma e Vermelha Clínica.

“Agora, os pacientes que precisam de atendimento de emergência entram na unidade hospitalar já direcionados ao devido setor. Os que são vítimas de agressões, afogamentos, queimaduras e acidentes de trânsito ficam na Vermelha Trauma, onde são atendidos por especialistas como cirurgiões, traumatologistas, etc. Já aqueles com problemas de origem clínica, são direcionados para a Vermelha Clínica”, disse.

Para Patrícia, a separação das áreas trouxe uma assistência mais humanizada para a unidade hospitalar, organizou o fluxo de pacientes e facilitou a conduta dos profissionais.

“Antigamente, pacientes da área clínica ficavam expostos a situações graves, como entrada de pacientes com amputações no trânsito e vítimas de arma de fogo, o que afetava o psicológico deles e, também, a sua melhora clínica. Hoje não vivemos mais isso”, completou.

A gerente do HGE, Verônica Omena, ressaltou a promoção da atenção à saúde integral do idoso como fundamental nos cuidados e prevenção para evitar atendimentos de emergência.

“Com o adequado funcionamento dos serviços básicos de apoio, a rede hospitalar de urgência se resumiria ao atendimento integral do idoso, na consideração das especificidades críticas, com o propósito de desafogar as emergências. Atualmente, a ausência de uma rede de atenção primária resolutiva e de um sistema de saúde integrado pressiona os hospitais por meio de uma demanda excessiva em relação à sua capacidade de resposta”, reforça a gerente do HGE.