Geral

Cientistas brasileiros na equipe que encontrou as ondas gravitacionais de Einstein

12/02/2016
Cientistas brasileiros na equipe que encontrou as ondas gravitacionais de Einstein
CONFIRA O VÍDEO DO PHD COMICS NO FINAL DA REPORTAGEM PARA UMA VERSÃO ILUSTRADA DA DESCOBERTA  (FOTO: REPRODUÇÃO / YOUTUBE / PHD COMICS)

CONFIRA O VÍDEO DO PHD COMICS NO FINAL DA REPORTAGEM PARA UMA VERSÃO ILUSTRADA DA DESCOBERTA
(FOTO: REPRODUÇÃO / YOUTUBE / PHD COMICS)

Hoje é um dia histórico para a ciência. Um século depois que Albert Einstein previu a existência de ondas gravitacionais, cientistas encontram a comprovação de que essas pequenas ondulações no espaço-tempo realmente estão por aí. Com a ajuda do laboratório LIGO (Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser), fundado em 1992 pelo prestigiado Instituto de Tecnologia de Massachusets, a equipe responsável pela descoberta identificou um pequeno “ruído” gravitacional produzido pela colisão de dois buracos negros (um de massa 36 vezes maior que o Sol, outro com massa 29 vezes maior) que estão há cerca de 1,3 bilhões de anos-luz da Terra. A equipe do LIGO contou com centenas de colaboradores, entre eles sete brasileiros, sendo que seis deles são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais(INPE), de São José dos Campos, sob a coordenação de Odylio Denys de Aguiar. Cinco dos colaboradores terão seus nomes registrados no artigo principal, que apresenta as descobertas ao mundo. 

De acordo com Stephen Hawking, essas observações são de valor inestimável para a ciência. “São a confirmação de muito trabalho teórico, incluindo a Teoria Geral da Relatividade de Einstein, que previu ondas gravitacionais”. Em sua pesquisa, Einstein afirmou que qualquer evento cósmico que cause perturbação no espaço-tempo com força suficiente pode produzir ondulações gravitacionais que se propagam pelo Espaço. A Terra deveria estar cheia dessas ondas, mas quando elas nos alcançam, já estão muito enfraquecidas. 

Essa é a primeira vez que cientistas observam uma fusão entre buracos negros. O impacto foi tão poderoso que, em um curto período de tempo, a colisão emitiu mais energia (em forma de ondas gravitacionais) que todas as estrelas do Universo observável nesse mesmo período. 

Quando o “ruído” é apresentado como som audível, as ondas revelam um som que rapidamente se torna mais agudo, seguido por um “ringdown”, um padrão de radiação do buraco negro que se formou na colisão. De acordo com o sinal, a colisão teria acontecido entre 600 milhões e 1,8 bilhões de anos atrás. Para encontrarem a fonte das ondas gravitacionais, os pesquisadores precisaram triangular um sinal encontrado em diferentes máquinas espalhadas ao redor do mundo. 

A descoberta é histórica e, muito provavelmente, renderá um prêmio Nobel a seus pesquisadores, entre eles Kip Thorne, astrofísico conhecido por, entre muitos outros projetos, ter colaborado no roteiro do filme “Interestelar”. Ela também abre um novo campo de pesquisa astronômica com foco em ondas gravitacionais, em que cientistas poderão ouvir as ondas emitidas por objetos espaciais, como supernovas, buracos negros e estrelas de nêutron, para aprender mais sobre eles. “Esse é o primeiro passo em um desenvolvimento ainda maior e mais empolgante”, disse Ilya Mandel, físico teórico da Universidade de Birmingham. De acordo com ele, ondas gravitacionais serão “parte da caixinha de ferramentas que usamos para entender o Universo”. 

Muito abstrato? O site de quadrinhos científicos PHD Comics fez um vídeo explicativo (clique em Configurações para colocar a legenda em português): 

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=4GbWfNHtHRg