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Agora perdedora, Red Bull critica domínio da Mercedes

29/12/2015
Agora perdedora, Red Bull critica domínio da Mercedes
(Foto: Grande Prêmio)

(Foto: Grande Prêmio)

Entre 2010 e 2013, a Red Bull viveu verdadeiros ‘anos dourados’ na F1. Contando com o talento de Sebastian Vettel, a criatividade do mago da aerodinâmica Adrian Newey e com Mark Webber como segundo piloto, o time taurino conquistou nada menos do que oito títulos mundiais no período, sendo quatro de Pilotos, como o alemão, e outros quatro de Construtores. Mas depois do início da nova ‘Era Turbo’, só deu Mercedes que, em 38 corridas disputadas entre 2014 e este ano, venceu nada menos do que 32 GPs neste tempo.

Deixando de lado os anos dominantes no começo da década, Christian Horner entende que a supremacia atual da Mercedes é ruim para a F1 e afugenta os fãs. Por essas e outras, o dirigente britânico pediu por mudanças profundas no regulamento e até apelou para o fim da democracia no esporte, revelando o desejo de que Bernie Ecclestone volte a comandar com mãos de ferro os rumos da categoria para que esta possa voltar a ser atraente para o público.

“Resultados previsíveis e vitórias em sequência são difíceis para qualquer esporte. Fomos acusados por isso, mas nós desfrutamos do sucesso contínuo e da longevidade no esporte”, se defendeu o dirigente em entrevista veiculada pela revista britânica ‘Autosport’.

O chefe da Red Bull, time que dominou a F1 no começo da década, entende que a supremacia da Mercedes prejudica o esporte (Foto: Mark Thompson/Getty Images)

Horner deixou claro que, em sua opinião, o período dominante da Red Bull é muito distinto do que acontece hoje com a Mercedes.

“Dois dos nossos títulos mundiais foram decididos na última corrida e nunca terminamos em primeiro e segundo no campeonato. Inevitavelmente, com tal previsibilidade, as pessoas se desligam disso, de modo que é preciso de algo para reaproxima-las novamente.”

A título de comparação, Vettel tem a segunda melhor marca entre os pilotos que mais venceram corridas numa mesma temporada na história. O alemão triunfou nada menos do que 13 vezes em 19 corridas em 2013, feito inferior apenas ao obtido pelo compatriota Michael Schumacher, que também venceu 13 corridas em 18 disputadas em 2004. Em 2014, Lewis Hamilton conquistou 11 vitórias em 19 provas daquele campeonato, enquanto neste ano o britânico faturou dez GPs em 19 corridas realizadas.

O chefe da Red Bull disse que a F1 precisa ter mais pilotos lutando por vitórias e títulos. “Não acho que ninguém queira ver Fernando Alonso apenas fazendo número, queremos vê-lo competir. Queremos ver Daniel Ricciardo competir, queremos ver Sebastian Vettel lutando contra Lewis Hamilton e Nico Rosberg.”

Mas para que o domínio da Mercedes chegue ao fim, Horner entende que uma mudança drástica no regulamento possa surtir efeito, como a que está prevista para 2017, quando a F1 deverá ter carros entre 5 e 6s mais rápidos, pneus mais largos e com um foco aerodinâmico diferente do atual.

“Você não pode esperar que as equipes alcancem isso, mas que as regras e o corpo diretivo cheguem a um conjunto de regras que possam permitir atingir esses objetivos”, disse o britânico, que defendeu a volta da ditadura na F1, ou seja, que a categoria seja comandada com mãos de ferro por Bernie Ecclestone.

Em 2013, Vettel teve uma performance arrasadora e venceu 13 das 19 corridas daquela temporada (Foto: Getty Images)

“Isso é de vital importância, por isso precisamos de uma liderança forte dos detentores dos direitos comerciais e do corpo diretivo para traçar um caminho para o futuro que aborde o que os fãs precisam e o que os fãs querem ver. Sem eles, não há F1 que, em última instância, deve ser espetáculo, entretenimento, e tem de apelar para uma ampla gama de fãs e espectadores”, complementou.

Entretanto, a expectativa de Horner para o ano que está prestes a começar não é das mais animadoras. Para o comandante do time taurino, tudo deve continuar mais ou menos como está em 2016, sobretudo no que diz respeito a quem seguirá mandando na F1.

“As regras são incrivelmente estáveis para o ano que vem, de modo que a Mercedes vai levar adiante seu domínio, inevitavelmente, tal é a sua margem”, declarou. “Eles vão encontrar ganhos durante todo o inverno e, sem dúvida, vão estar perto do topo. Não tenho muita certeza de que haverá uma grande mudança de desempenho para o ano que vem, mas acho que as chances não são muito boas”, encerrou o britânico.