Cidades

Esculturas de Graciliano Ramos e Aurélio Buarque de Hollanda são inauguradas em Maceió

30/11/2015
Esculturas de Graciliano Ramos e Aurélio Buarque de Hollanda são inauguradas em Maceió
Inauguração da estátua de bronze de Graciliano Ramos. (Foto: Pei Fon/ Secom Maceió)

Inauguração da estátua de bronze de Graciliano Ramos. (Foto: Pei Fon/ Secom Maceió)

 

A orla marítima de Maceió ganhou, nesta segunda-feira (30), esculturas em homenagem a dois alagoanos ilustres reconhecidos internacionalmente. Graciliano Ramos e Aurélio Buarque de Holanda foram esculpidos em bronze e agora são mais uma atração na bela orla orla da capital alagoana. A inauguração faz parte da comemoração aos 200 anos de Maceió.

O prefeito Rui Palmeira fez o descerramento das esculturas e destacou o momento como sendo de muita alegria e emoção. “Prestar essa homenagem para essas duas figuras exponenciais no Brasil e no mundo, cada qual em sua área, muito nos alegra. Mais do que uma homenagem é uma questão de autoafirmação. É uma questão de autoestima para o povo alagoano, momento de afirmação da alagoanidade. É passar por aqui e sempre lembrar que Graciliano e Aurélio são alagoanos, representaram tão bem o estado de Alagoas e merecem ser lembrados”, disse.

Familiares e amigos dos homenageados estiveram presentes à solenidade. “É o reconhecimento da importância cultural que esses nomes têm e pode ser o início do cuidado ao patrimônio histórico e memória de Graciliano Ramos e tantos outros para as artes e literatura. O prefeito está de parabéns pela sensibilidade ao idealizar a homenagem”, destacou o jornalista Audálio Dantas, que abriu os pronunciamentos.

Neto de Gracilano Ramos, Ricardo Ramos Filho definiu o momento como sendo uma questão de justiça à memória do avô. “Graciliano deixou Maceió e, à época, a sociedade provinciana não foi muito simpática. Com esse ato simbólico, ele finalmente retorna para Alagoas, que é o cenário principal dos seus textos.  Como membro da família estou muito emocionado”, afirmou.

“Vim de Palmeira dos índios para participar desse ato. Estou muito emocionado e quero parabenizar a Prefeitura de Maceió pela iniciativa”, disse o poeta e pesquisador da obra de Graciliano, Cosme Rogério, antes de declamar um poema em homenagem ao escritor.

Na oportunidade, o vice-prefeito Marcelo Palmeira falou sobre as escolhas dos nomes e locais para instalação das esculturas. “Graciliano Ramos residiu na Pajuçara nos anos 30. Nós pensamos em uma homenagem que tenha referência com ele e seus familiares. Assim como Aurélio que gostava de caminhar na orla. Tenho orgulho em fazer parte dessa gestão que prestigia os filhos ilustres de Alagoas”, colocou.

Aurélio Baird Buarque Ferreira é filho de Aurélio Buarque. Ele, que na infância frequentava a orla de Ponta Verde com pai, disse ter encontrado na homenagem mais um motivo para gostar do local. “Uma justa homenagem ao meu pai que foi, sobretudo, um cidadão alagoano, antes mesmo de ser um cidadão do mundo. Ele amava a cidade de Maceió. Muitas vezes vínhamos a esse mesmo ponto, onde atualmente retorno com meus filhos e netos. A partir de agora teremos mais esse atrativo”, comemorou.

Aurélio Baird, filho de Aurélio Buarque de Holanda. (Foto: Pei Fon/ Secom Maceió)

Aurélio Baird, filho de Aurélio Buarque de Holanda. (Foto: Pei Fon/ Secom Maceió)

 

Para o presidente da Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac), Vinícius Palmeira, essa é mais uma oportunidade da gestão reafirmar o compromisso com a cultura. “Essa homenagem foi pensada pelo próprio prefeito Rui, que teve a sensibilidade de escolher os nomes e a forma de homenageá-los. Queremos agradecer de coração aos familiares de Graciliano Ramos e Aurélio Buarque pela presença”, frisou.

As esculturas foram feitas pelo mineiro Léo Santana, que também é responsável pela escultura do poeta Carlos Drummond de Andrade, instalada no calçadão de Copacabana, no Rio de Janeiro. “Sou melhor com as mãos do que com as palavras, mas quero dizer que estou muito feliz e honrado. Não podia deixar de aceitar o convite para fazer as esculturas dessas duas figuras ilustres. Sinto-me até um pouco alagoano”, frisou.

As esculturas foram feitas em tamanho real e juntas pesam cerca de 400 kg.