Oitenta índios das etnias Xucuru-Kariri, Tingui-Botó, Karapotó Plak-ô, Kariri-Xocó, Koiupanká, Jiripancó e Wassu-Cocal colaram grau nos cursos superiores de Ciências Biológicas, Pedagogia, Letras e História, em Palmeira dos Índios. Segundo o governo do Estado, por meio da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal ), essa foi a primeira turma de indígenas com ensino superior no Brasil.

A cerimônia de formatura aconteceu na última sexta-feira (25), às 19h, em Palmeira, local onde as aulas foram ministradas, no ginásio de esportes do Centro Educacional Cristo Redentor, e contou com a participação de familiares dos indígenas, professores e do reitor da Uneal, Jairo Campos.
Os 80 novos professores indígenas estudaram, desde 2010, divididos em 20 para cada curso, no Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Indígenas (Prolind), ofertado pela Universidade Estadual de Alagoas, em convênio com o Ministério da Educação – por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), através da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi).

O reitor da Uneal, Jairo Campos, explicou que essa foi a primeira ação do gênero. “O ensino superior é muito precário, no ponto de vista de formação, porque como eles não aceitam quem não seja índio, não seja professor das aldeias, então eles mesmo que dão as aulas. Essa coisa toda de manter tradição, cultura e história. Havia um déficit, uma lacuna muito grande em Alagoas para eles no ponto de vista de formação”, explicou o reitor.

Para Jairo Campos, a formação dos índios foi o ápice de todo o caminho percorrido. “Lutamos muito para implantar e manter este programa, em um momento em que nenhuma instituição de ensino superior antes fez e já estamos construindo novos projetos para oferecer novos cursos de graduação para outros índios”, disse. Ainda segundo ele, todos os índios, que residem em áreas mais afastadas da cidade, foram transportados para Palmeira dos Índios, para participar da cerimônia, como aconteceu durante os cinco anos de curso, realizadas nas sextas-feiras e sábados.

“O transporte, hospedagem, alimentação e material didático foram pagos pelo convênio, através do Governo Federal, em contrapartida com o Estado, por meio da Uneal. Essa é uma das maiores cenas em 200 anos de Estado para os povos Indígenas de Alagoas, de uma função social extraordinárias”, finalizou Jairo Campos. Por meio das Redes Sociais governador Renan Filho na tarde da sexta-feira (25), enalteceu a formatura da primeira turma de indígenas com curso superior do País. Segundo o governador o evento é inédito e de grande significado para Alagoas.

“A cidade de Palmeira dos Índios viveu, na sexta-feira, um evento inédito e de grande significado para Alagoas e para o Brasil: a formatura da primeira turma de indígenas com curso superior. Foi uma noite festiva no Ginásio de Esportes do Centro Educacional Cristo Redentor, para a colação de grau dos 80 formandos, provenientes de tribos de 12 etnias. Trata-se de um projeto pioneiro da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), em convênio com o MEC.

Os índios e índias concluíram os cursos superiores de Pedagogia, Letras, História e Ciências Biológicas. São 20 concluintes em cada disciplina. Parabéns aos 80 novos professores e professoras indígenas de Alagoas”, disse o governador.